Publicar inúmeras selfies, partilhar informações intimas, e verificar as notificações a cada dois minutos parece ser a norma atualmente. Mas, de acordo com especialistas da Universidade da Geórgia, esta prática pode ter mais que se lhe diga.
O estudo, publicado na revista Psychology of Popular Media Culture em 2018, analisou os resultados de 62 estudos diferentes sobre o uso de redes sociais. As descobertas sugeriram algumas correlações entre o uso das redes e o que é conhecido como 'narcisismo grandioso'.
Os autores do estudo argumentam que as redes sociais, por si só, já estão intrinsecamente ligadas aos nossos egos. O que começou como uma maneira de comunicar, rapidamente se transformou num meio de autopromoção online. É claro que isto não é verdade para todos nós.
Então, quando é que o uso de redes sociais se torna um problema?
O estudo encontrou quatro traços comuns associados ao egoísmo severo: quanto tempo as pessoas passam nas redes sociais, com que frequência 'tweetam' ou atualizam o 'status', quantos amigos ou seguidores têm e quantas selfies costumam publicar. Se se identificar com todos os traços, deve analisar a sua personalidade.
Todas essas ações online têm uma coisa em comum: são todas maneiras pelas quais nos tentamos promover online. Quanto mais envolvido, maior o seu ego. Quando as pessoas publicam fotografias de si mesmas ou atualizações constantes de 'status', estão a solicitar uma resposta e alguma forma de atenção.
Narcisistas grandiosos vs. narcisistas vulneráveis
É importante entender que o estudo acima se aplicava apenas a um tipo específico de pessoa - 'narcisistas grandiosos', que geralmente são mais extrovertidos, insensíveis e genuinamente absorvidos do que os chamados 'narcisistas vulneráveis', cujo egoísmo vem das suas próprias inseguranças. Os narcisistas vulneráveis, de acordo com o estudo, não eram igualmente obcecados pelas redes sociais.
De salientar que não são as redes sociais que estão a transformar as pessoas em narcisistas. "Teoricamente, suspeitamos que indivíduos com narcisismo pré-existente sejam atraídos para a rede social, mas as evidências atuais apenas estabelecem que os dois estão relacionados", reforçou Jessica McCain, psicóloga e analista da Piedmont Healthcare em Atlanta.