Cancro: O papel chave dos médicos e amigos durante tratamento dos doentes
Num artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto, a médica Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha e Portugal abordou a importância da boa companhia durante o processo de tratamento da doença oncológica
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O diagnóstico de um cancro nem sempre é fácil de o doente assumir e em pouco tempo surgem muitas dúvidas e medos, mas que podem ser resolvidos facilmente com o acompanhamento adequado. Não apenas o acompanhamento da família e amigos, sempre tão necessário para manter o otimismo e o bom humor do doente, mas da voz experiente de profissionais que trabalham com os doentes todos os dias.
Estes profissionais podem orientar com segurança ao longo do trajeto de testes, análises, tratamentos e consultas que o doente irá enfrentar, sempre com o objetivo de conseguir a recuperação com a melhor qualidade de vida possível. Esse apoio deve manter-se mesmo depois dos tratamentos para que o doente esteja sempre controlado e evite recaídas.
Há diversas organizações e plataformas especializadas em dar este apoio, como conselhos de nutrição para se preparar para a cirurgia, hábitos de vida saudável que podem ajudar ao estado geral do doente com possibilidade de diagnóstico e de monitorização, como a realização de análises genómicas.
Estas plataformas de apoio têm em conta a situação do doente, as datas importantes ao longo do processo (cirurgias, consultas, análises de controlo, sessões de quimioterapia, etc.) e mantêm o doente sempre informado sobre os passos seguintes. Desta forma, também é dado a conhecer ao doente novos tratamentos e seguimento personalizado que podem consultar com o oncologista.
Uma das questões que tem vindo a surgir entre os doentes nos últimos anos é se é necessário ou não realizar um estudo genómico e quando será o melhor momento. Contudo, nem sempre é possível ou recomendável. Por exemplo, no caso de alguns tumores em estadio inicial ou com um tumor muito localizado, os testes genómicos não são necessários, pois a terapia geralmente é muito clara: cirurgia em conjunto com quimioterapia ou radioterapia adjuvante.
No entanto, o teste genómico pode ser útil em casos mais avançados ou em recaídas, para os quais existe um número significativo de tratamentos, aprovados e na fase de investigação. Análises desse tipo podem orientar o oncologista na procura pelo tratamento mais adequado para cada caso, portanto, vale sempre a pena avaliar essa possibilidade com o especialista.
Segurança e conhecimento para fazer frente ao cancro
Para uma evolução positiva é importante que o doente esteja ciente de todo o processo pelo qual passará, pois é ele que comanda a situação constantemente e não desiste. Sentir-se perdido ou oprimido pelas circunstâncias afetará, com toda a probabilidade, o seu estado emocional e psicológico, a sua adesão ao tratamento e as recomendações dos especialistas que estão a acompanhar o caso. Algo que afetará a qualidade de vida do doente e a de outros entes queridos que o acompanharão no seu caminho para a recuperação.
Por outro lado, ser aconselhado por plataformas como as mencionadas acima também ajudará a evitar enganos e qualquer outro tipo de informação falsa que é frequentemente encontrada na Internet. Um mar imenso de informação que nem sempre recebe dados adequados ou contrasta com os verdadeiros especialistas no terreno. De facto, existem muitos artigos carregados de imprecisões, desatualizados e que não são aplicáveis a todos os casos.
É muito importante encontrar ferramentas verdadeiras que ofereçam informações de qualidade. Mas, acima de tudo, que ajudem a marcar o caminho que levará à recuperação.
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