Proteína no pulmão pode ser chave para tratar e evitar morte por Covid-19
Um estudo brasileiro conduzido por investigadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), afirma que uma proteína localizada no pulmão pode explicar o motivo pelo qual os homens acima dos 60 anos estão mais suscetíveis a sofrer e a morrer vítimas de Covid-19 e adicionalmente contribuir para a formulação de fármacos.
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Em todo o mundo os casos mais agudos e letais de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus ou Sars-coV-2, têm sido registados sobretudo entre homens com mais de 60 anos.
Um estudo realizado por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Brasil, publicado na plataforma biovRixv, e divulgado pela revista Galileu, apurou que precisamente nesse grupo de doentes a expressão do TRIB3 apresenta uma redução significativa nas células epiteliais do pulmão, sendo este o órgão do corpo humano mais afetado pelo vírus.
A equipa de investigadores liderada pelo professor do Instituto de Biociências (IBB-Unesp) Robson Carvalho aponta dados apurados em pesquisas prévias indicadores do potencial da proteína TRIB3 de impedir a infeção e a replicação de vírus similares ao Sars-CoV-2.
"Medicamentos que estimulam a expressão de TRIB3 devem ser avaliados como potencial tratamento para Covid-19", pode ler-se no artigo.
“Observamos que a TRIB3 está expressa principalmente nas células epiteliais dos alvéolos pulmonares, as mesmas que expressam ACE-2 [enzima conversora de angiotensina 2], proteína à qual os coronavírus se conectam para invadir as células humanas. Isso reforça a hipótese de que a TRIB3 regula negativamente a infecção pelo Sars-CoV-2, ou seja, protege a célula da infecção”, afirmou o investigador.
“Há atualmente um fármaco com esse mecanismo de ação a ser testado contra o cancro do endométrio por uma farmacêutica espanhola. Estamos a estabelecer parcerias para novos estudos com o objetivo de testar in vitro o efeito de compostos que estimulem a expressão de TRIB3 em células infectadas pelo novo coronavírus”, disse Robson Carvalho em declarações à Agência Fapesp.
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