Covid-19: O que é a carga viral dos doentes e por que motivo mata médicos
Na guerra defrontada em todo o mundo contra a pandemia do novo coronavírus, os profissionais de saúde estão a pagar um preço muito elevado na tentativa de salvar os doentes - resultando inúmeras vezes na sua morte.
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Lifestyle O perigo da carga viral
Conforme avança uma reportagem publicada pela BBC News, milhares de profissionais de saúde já contraíram a Covid-19 - doença infecciosa provocada pelo novo coronavírus ou SARS-CoV-2 - e infelizmente esse número trágico continuará a subir exponencialmente nos tempos que se avizinham.
Apesar do uso de vestiário, luvas e máscaras protetoras, médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais de saúde parecem ter uma tendência maior à infecção, comparativamente à maioria dos indivíduos.
Mas por que motivo estes 'heróis de bata branca' estão a adoecer em larga escala?
Carga viral
Segundo os especialistas, a explicação reside sobretudo na quantidade exorbitante de vírus a que as equipas médicas estão constantemente expostas diariamente.
Quando o vírus entra no corpo humano, começa por invadir as células com o intuito de se replicar e provocar uma infeção generalizada no organismo. Essas cópias acumulam-se num espaço de dias, até que o indivíduo adoece.
Ou seja, uma carga viral mais elevada - tal como é denominada a concentração do vírus — significa que a gravidade de qualquer doença é possivelmente superior e é mais provável que o paciente seja altamente contagioso.
"Quanto mais vírus estiver dentro de mim, maior o risco que eu tenho de o transmitir para si", elucidou a professora Wendy Barclay, do Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College London, no Reino Unido, no programa Newsnight da BBC.
O que comummente ocorre é que médicos, enfermeiros e auxiliares tendem a estar em contacto próximo e direto com pessoas altamente infetadas e portadoras de cargas altas de SARS-CoV-2 nos seus organismos, como tal estão continuamente expostos a índices elevadíssimos do vírus.
Note-se, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um caso na cidade de Wuhan (local onde o vírus surgiu pela primeira vez em dezembro de 2019), na China, de um um doente que estava a ser operado num hospital e que infetou 14 profissionais de saúde antes mesmo de começar a experienciar sintomas de febre.
"O seu sistema imunológico, mesmo se você é uma pessoa saudável, tem grandes dificuldades em combater todos esses vírus. A quantidade de vírus com a qual está infetado possivelmente determina o vencedor nessa batalha, na guerra entre o vírus e seu sistema imunológico", observou Barclay.
"Se infetar animais experimentais com diferentes doses de vírus, aqueles infectados com as doses mais altas são aqueles que sofrerão a doença com maior gravidade", acrescentou.
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