De acordo com um artigo da revista Galileu, no passado mês de março, as entidades de saúde norte-americanas American Heart Association, American College of Cardiology e Heart Failure Society of America pediram num comunicado a necessidade urgente de conduzir pesquisas que avaliassem se as drogas farmacológicas utilizadas para controlar os níveis de pressão arterial elevavam o risco de contrair Covid-19 e a possibilidade dos doentes sofrerem de casos mais severos da doença.
Partindo desse pedido uma equipa de investigadores da Escola Grossman de Medicina, da Universidade de Nova Iorque (NYU), nos Estados Unidos, publicou recentemente um estudo no periódico New England Journal of Medicine, que examinou 12.594 doentes e apurou que não existe uma correlação direta entre os fármacos e a intensidade de infeção pelo novo coronavírus ou SARS-CoV-2.
Conforme explica a Galileu, o estudo teve como base a análise de quatro tipos de anti-hipertensivos: inibidores da enzima conversora da angiotensina (ACE), bloqueadores do recetor da angiotensina (ARBs), betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio.
Os investigadores tiveram em mente que pesquisas realizadas previamente haviam proposto que seria possível que inibidores da ACE e ARBs pudessem incrementar produção da ACE2, a enzima utilizada como veículo pelo Sars-CoV-2 para se propagar pelo organismo.
Durante a experiência os cientistas focaram-se em doentes com Covid-19 internados no hospital universitário da NYU. E posteriormente compararam indivíduos que tomavam fármacos para a pressão alta com doentes que se abstinham desse tipo de medicação.
No final do estudo, os investigadores concluíram que não há uma correlação entre a toma desses medicamentos e um risco superior de vir a sofrer de Covid-19 ou de vir a padecer de um caso mais grave da patolologia, que poderá pressupor o internamento nos cuidados intensivos ou a necessidade de ventilador.