O líder do estudo, David Melzer, professor de epidemiologia e de saúde pública na Universidade de Exeter, no Reino Unido, disse: "várias pesquisas sugerem que pessoas que sofrem de demência apresentam um risco significativamente mais elevado de desenvolverem quadros graves de Covid-19".
"Este estudo sugere que este risco exacerbado não se deve simplesmente aos efeitos da demência, envelhecimento ou fragilidade, ou exposição ao vírus nos lares".
Acrescentando: "o efeito pode dever-se em parte a uma característica genética inata, que coloca estes indivíduos mais predispostos tanto a sofrerem de demência como de Covid-19".
O estudo - publicado no periódico Journal of Gerontology: Medical Sciences - analisou dados provenientes do UK Biobank, um instituto que armazena as informações genéticas e de saúde de 500 mil indivíduos.
Os investigadores apuraram que pessoas portadores de duas cópias defeituosas do gene APoE4, associado à demência, apresentam o dobro do risco de adoecerem gravemente com Covid-19, comparativamente a quem não é portador dessa mutação genética.
Indivíduos de ascendência europeia têm uma maior probabilidade de serem portadores de duas cópias anormais do gene.
Chia-Ling Kuo, co-autora do estudo, docente na Escola de Medicina na Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, afirmou: "são notícias muito animadoras porque agora talvez possamos determinar como esse gene defeituoso torna os indivíduos mais vulneráveis à Covid-19".
"E tal poderá levar à descoberta de novos tratamentos", concluiu.