Conforme avança a revista Galileu, um estudo realizado por investigadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, revela que por cada dia passado sem distanciamento social numa região específica prolonga em 2,4 dias a pandemia da Covid-19.
Para efeitos daquela pesquisa, os cientistas avaliaram os surtos do SARS-CoV-2 em 58 cidades chinesas. Tendo em conta o momento em que foram identificados os primeiros casos de Covid-19 nesses locais, a data em que foram colocadas em prática medidas de distanciamento social e o momento em que o surto ficou finalmente sob controlo.
"Todos os dias economizam tempo, economizam esforço, salvam pessoas infectadas e provavelmente salvam vidas", afirmou num comunicado emitido à imprensa Lauren Ancel Meyers, coautora do estudo.
"Tal é particularmente importante para pensarmos nas próximas semanas e meses".
Segundo os investigadores norte-americanos os dados apurados são válidos tanto para lugares que ainda estão a experienciar os primeiros surtos de coronavírus, como naqueles que estão a viver uma segunda vaga da doença ou que poderão passar por essa realidade em breve. Aliás, os académicos consideram que aguardar uma semana após voltarem a surgir novos casos de Covid-19 numa comunidade, pode requerer 17 dias adicionais de distanciamento social de modo a atenuar a disseminação do vírus.
"O impacto desses 'atrasos' pode ser particularmente importante para comunidades propensas à transmissão rápida, como casas de repouso, universidades, escolas e prisões", alertou o investigador Spencer Fox.
"Necessitamos de planos concretos para quando e como responder a casos crescentes [da doença] e evitar restrições desnecessariamente longas e dispendiosas", disse.
E Meyer acrescentou: "fornecemos evidências diretas, baseadas em dados concretos, de que o momento das intervenções tem um impacto substancial na duração e gravidade do surto".
Atualmente o estudo realizado pela Universidade do Texas está a ser avaliado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e será brevemente publicado na revista Emerging Infectious Diseases.