O cancro parou de crescer em metade dos doentes oncológicos a quem foi administrado o tratamento experimental.
Em alguns dos pacientes o tumor diminui ou desapareceu por completo, de acordo com o Institute of Cancer Research (Instituto de Pesquisa do Cancro), em Londres, no Reino Unido.
O estudo, publicado no periódico Journal of Clinical Oncology, teve como intuito testar a segurança do fármaco berzosertib quando tomado para combater o cancro, incluindo da mama e do cólon.
Os cientistas salientam que a descoberta é "sem dúvida emocionante" já que é raro assistir a uma resposta positiva do corpo a drogas num estágio avançado da doença.
Para efeitos daquela pesquisa, foram testados 19 voluntários com estágios avançados de cancro aos quais foi somente dado o fármaco; enquanto 21 pacientes foram submetidos a quimioterapia contendo platina.
Os médicos mediram a resposta de 38 doentes e apuraram que o crescimento dos tumores havia cessado em 20 - o que corresponde a 53%. Já entre aqueles que passaram pela quimioterapia 71% estabilizaram.
Resultados promissores
Um homem com cancro do cólon viu os seus tumores desaparecem e permaneceu livre de cancro durante mais de dois anos.
Entretanto, uma mulher com cancro avançado do ovário, cuja doença havia regressado após a toma de outro fármaco, registou um decréscimo dos tumores.
As células cancerígenas podem ser mortas ao danificar o seu ADN ou inativar a sua habilidade de reparar erros no código genético.
O berzosertib pertence a uma nova classe de drogas de precisão que bloqueiam uma proteína responsável por reparar o ADN - denominada de ATR.
O professor Johann de Bono disse: "é encorajador ver algumas respostas clínicas positivas no ínicio do estudo".
"Agora, nós e outros estamos a planear a realização de mais ensaios clínicos com berzosertib e outros fármacos capazes de bloquear a proteína ATR".