Coronavírus sofre mutações e torna-se dez vezes mais infecioso
Especialistas alertam que uma estirpe dominante do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, sofreu várias mutações tornando o vírus ainda mais contagioso.
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Os investigadores apuraram que a estirpe é mais infeciosa comparativamente a outras e que não se deteriora ao entrar no organismo, avança o jornal britânico The Sun.
Uma equipa de cientistas do The Scripps Research Institute na Florida, nos Estados Unidos, examinou a proteína spike em questão.
O líder do estudo, a professora Hyeryun Choe afirmou ao jornal The Washington Post que a mutação do vírus ocorreu de modo a "compensar as proteínas spike anteriores".
Em termos científicos, a proteína spike é o elemento que o vírus usa para se fixar nas células saudáveis e 'raptar' a enzima ACE2, com o intuito de invadir o organismo.
Os recetores ACE-2 são pontos de entrada que os vírus utilizam para entrarem no corpo humano. Segundo os investigadores este processo sofreu alterações desde janeiro.
De acordo com Choe, nos primeiros meses da pandemia o organismo conseguia quebrar esta cadeia mais eficazmente, porém agora o vírus está mais forte e agressivo.
A pesquisa norte-americana que ainda não foi revista pelos seus pares está atualmente publicada no bioRxiv.
Vírus 'calculista'
O co-autor do estudo Michael Farzan acrescentou ao Post: "com o tempo, o vírus descobriu uma forma de se fixar nas células e de sobreviver".
A mutação mais recente chama-se SG614. E é a estirpe dominante em doentes com Covid-19 no Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e em Itália.
Em entrevista ao The Washington Post Choe disse: "o estudo epidemiológico e os dados apurados explicam o porquê da disseminação do novo coronavírus na Europa e nos Estados Unidos ter sido tão rápida... não se trata de um acaso".
Apesar da força da estirpe, os investigadores afirmam que os doentes não estão a experienciar sintomas mais severos.
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