De acordo com um estudo, publicado na revista 'American Journal of Physiology - Lung Cell and Molecular Physiology', apenas cerca de 1,7% dos primeiros 149.082 casos nos EUA eram bebés, crianças e adolescentes com menos de 18 anos. A acrescentar, segundo o mesmo estudo, crianças menores de 18 anos representam 22% da população dos EUA e apenas três mortes pediátricas foram identificadas pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) em abril de 2020.
As diferenças na fisiologia pulmonar e na função imunitária em crianças podem ser o motivo pelo qual são mais frequentemente poupadas de consequências graves associadas à Covid-19, quando compradas com os adultos, afirmam os investigadores.
De acordo com os mesmos, o SARS-CoV-2 utiliza a enzima ACE2, presente nas nossas células, como porta de entrada, mas o novo estudo mostra que as crianças têm uma quantidade muito menor da enzima no corpo do que os adultos. "O ACE2 é importante para a entrada de vírus e parece haver menos em crianças porque aumentam com a idade", disse o autor principal do estudo, Matthew Harting, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, citado pela Morung Express.
A acrescentar, o sistema imunitário dos mais novos responde ao novo coronavírus de maneira distinta dos adultos. As crianças conseguem reter as células T, por exemplo, que são capazes de combater ou limitar a inflamação. "As células T têm uma resposta viral e também uma resposta imunitária reguladora. Em casos graves de pacientes adultos com Covid-19, vimos que essas células T são reduzidas, portanto a capacidade de combater o vírus também é reduzida", afirmou o co-autor do estudo, Harry Karmouty-Quintana. "Nas crianças, essas células T parecem ser mantidas, portanto ainda são capazes de prevenir o vírus", acrescentou Karmouty-Quintana.
Leia Também: OMS alerta para impacto da pandemia em mulheres, jovens e crianças