Os investigadores afirmam que a descoberta pode ter implicações importantes no desenvolvimento de potenciais tratamentos, sobretudo para os indivíduos mais vulneráveis a ficarem infetados no decorrer de uma segunda vaga do novo coronavírus, avança o jornal britânico The Sun.
Dados apurados pela aplicação criada por investigadores do King’s College, em Londres, no Reino Unido, formularam um modelo capaz de identificar quais os pacientes com maior probabilidade de necessitarem de receber oxigénio e de carecerem de ser ligados a um ventilador, tendo como base os sintomas iniciais manifestados.
De acordo com os investigadores, a maioria dos pacientes hospitalizados necessitou de suporte respiratório 13 dias após experienciar os primeiros sintomas do vírus.
Claire Steves, a autora do estudo, disse: "se conseguirmos prever quem serão estas pessoas no quinto dia, então temos tempo para os auxiliar e colocar em prática intervenções precoces, tais como monitorizar os níveis de oxigénio e o açúcar no sangue, garantindo ainda que estão adequadamente hidratados - cuidados básicos que podem ser prestados em casa, e assim prevenir inclusive mais hospitalizações e consequentemente salvando mais vidas".
A maioria das autoridades de saúde de todo o mundo, nomeadamente a Organização Mundial de Saúde (OMS), CDC, ou a DGS listam os principais sintomas da Covid-19 como sendo tosse seca persistente, febre ou perda de olfato ou paladar.
Contudo, os cientistas londrinos afirmaram que os pacientes que usaram a app reportaram experienciar sintomas variados, que incluíam confusão mental, dores de cabeça ou musculares e fadiga.
Os resultados gerados por inteligência artificial que testaram se os sintomas apareciam ou não em conjunto e o modo como progrediam detetaram a existência de seis grupos.
1. Semelhante à gripe, mas sem febre
Pessoas neste grupo sofrem de dores de cabeça, perda de olfato, dores nos músculos, tosse, garganta inflamada, dor no peito, mas não têm febre.
2. Semelhante à gripe e com febre
Estes doentes experienciam dores de cabeça, perda de olfato, tosse, garganta inflamada, rouquidão, febre e perda de apetite.
3. Gastrointestinal
O grupo três sente dores de cabeça, perda de olfato, de apetite, garganta inflamada, dor no peito, diarreia, mas sem tosse.
4. Nível 1 severo, fadiga
Novamente pessoas neste grupo experienciam dores de cabeça, perda de olfato, tosse, febre, rouquidão, dor no peito e fadiga.
5. Nível 2 severo, confusão mental
Têm dores de cabeça, sofrem de perda de de olfato, perda de apetite, tosse, rouquidão, garganta inflamada, dor no peito, fadiga, confusão mental e dores nos músculos.
6. Nível 3 severo, sintomas abdominais e respiratórios
Pacientes nesta categoria apresentam vários sintomas que incluem dores de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor no peito, fadiga, confusão mental, dores musculares, falta de ar, diarreia e dores abdominais.
De salientar que as dores de cabeça são um sintoma proeminente e que esta pesquisa recente surge após especialistas do Imperial College London terem revelado que 62% dos pacientes sofre de dores de cabeça.
Os investigadores do King's College afirmam que identificaram ainda reações cutâneas alérgicas como outro sintoma determinante
O estudo - que ainda não foi revisto pelos seus pares - incluiu mil utilizadores do Reino Unido, Estados Unidos e da Suécia, que registaram os seus sintomas na aplicação em maio.