A nova pesquisa norte-americana publicada na PLoS Pathogens, e divulgada na revista Galileu, sugere que os parceiros sexuais que temos podem alterar os microrganismos que compõe o nosso corpo.
De acordo com os investigadores homens gays apresentam diferenças na ativação imunológica e na componente do microbioma do intestino, comparativamente a homens que têm relações sexuais com mulheres.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores testaram camundongos, que foram divididos em dois grupos distintos.
A um foram administradas fezes de homens que haviam tido sexo anal e, o outro grupo, recebeu fezes de voluntários só haviam experienciado relações vaginais.
Quando examinaram o sistema imunológico dos roedores, os investigadores, destaca a Galileu, aperceberam-se que os que tinham recibo as fezes de homens que tinham feito sexo anal com outros homens, poderiam ter uma maior probabilidade de ficarem infetados com VIH.
"O VIH ainda é um problema em todo o mundo, e quanto mais aprendemos sobre o que torna certas populações mais suscetíveis ao VIH, mais poderemos ajudar", afirmou Laurel Lagenaur, em declarações ao portal Stat, diretora de investigação da Osel (empresa especializada em microbioma humano).
"Entender esse componente biológico, seja em mulheres ou em homens, ajuda-nos a definir maneiras pelas quais podemos ajudar a modular isso", disse.
Ainda assim, o trabalho liderado por Sam Li, pós-doutorando na UCD e uma equipa de investigadores apresenta várias limitações. Nomeadamente, o estudo incluiu somente homens, ou seja, não existe qualquer dado científico relativamente à população feminina. Adicionalmente, existem dúvidas se os dados apurados podem ser extrapolados para os homens, sendo que a pesquisa foi realizada em roedores.
"Quero deixar claro que nosso estudo não mostra uma ligação entre o microbioma e a transmissão do VIH em humanos", salientou Li.
"Os dados sugerem fortemente que poderia haver uma ligação e fornece uma boa razão para fazer esses estudos também em humanos".