Um homem de 45 anos terá sido diagnosticado com Covid-19 e depois terá começado a apresentar sintomas típicos da doença de Parkinson, de acordo com médicos do Hospital Universitário Samson Assuta Ashdod, em Israel.
No estudo de caso publicado na última edição do The Lancet Neurology, e divulgado num artigo da prestigiada revista Galileu, os clínicos afirmam que outros vírus já foram no passado relacionados ao aparecimento da doença cerebral, mas até ao momento tal ainda não tinha sucedido com o novo coronavírus SARS-CoV-2.
O indivíduo foi hospitalizado no passado mês de março durante três dias, após testar positivo para o novo coronavírus. De seguida, foi transportado para uma unidade especial onde permaneceu em isolamento por mais três semanas, tendo saído somente após um outro teste ter dado negativo para a presença do vírus no organismo.
Ora, de acordo com a Galileu, foi nesse espaço de tempo que o homem começou a experienciar tremores nas mãos e um declínio gradual na sua caligrafia. Assim, dois meses depois, foi internado no Departamento de Neurologia do mesmo hospital.
Os médicos apontam que o paciente realizou múltiplos testes que revelaram que a sua função cognitiva estava a funcionar normalmente. Contudo, misteriosamente, o homem de 45 anos continuou a experienciar sintomas e sobretudo tremores associados à doença de Parkinson.
Entretanto, o indivíduo foi diagnosticado com parkinsonismo, definido como uma doença nervosa degenerativa cujos sintomas mais evidentes são tremor, rigidez muscular, lentidão de movimentos e instabilidade postural - semelhantes aos associados à doença de Parkinson.
Desde aí, refere a revista Galileu, o quadro do doente piorou significativamente e atualmente está com a caligrafia ilegível, tremores severos no lado direito do corpo e expressão facial diminuída.
Segundo os médicos, são necessárias mais pesquisas para se poder afirmar com toda a certeza que o SARS-CoV-2 é a causa do aparecimento de Parkinson no homem. No entanto, o paciente não tem histórico familiar da patologia degenerativa ou qualquer outro fator de risco evidente, e por isso mesmo os especialistas creem que o novo coronavírus terá contribuído significativamente para a manifestação dos sintomas referidos.