A chamada fadiga persistente afeta mais da metade dos indivíduos recuperados da Covid-19, independentemente do quão ligeira ou grave foi a doença, revela o estudo irlandês, divulgado pela prestigiada revista Galileu.
Liam Townsend, co-autor da pesquisa e médico no Hospital St. James, em Dublin, aponta que apesar dos sintomas da doença já serem claros para os especialistas, o mesmo não se pode dizer acerca dos efeitos secundários da Covid-19 a médio e a longo prazo.
Os investigadores analisaram 128 voluntários, com uma idade mediana de 50 anos, 54% dos quais eram mulheres. Estes indivíduos foram examinados 10 semanas após estarem clinicamente curados do novo coronavírus.
Entretanto, 52,3% dos ex-doentes reportaram que continuavam a sentir fadiga persistente. De registar que 71 pessoas haviam sido internadas no hospital, enquanto 57 sofrerem de casos ligeiros a moderados de Covid-19 e não necessitaram de internamento.
"A fadiga ocorre independentemente da admissão ao hospital, afetando ambos os grupos igualmente", explicou Townsend num comunicado.
Mais ainda, salienta a Galileu, os investigadores notaram que as mulheres perfizeram dois terços das pessoas afetadas pela fadiga persistente. Sobretudo, mulheres que haviam sido previamente diagnosticadas com depressão major e ansiedade.
De modo a amenizar a fadiga, os autores da pesquisa sugerem a aplicação de terapias não farmacológicas.
"Essas intervenções terão de ser adaptadas às necessidades individuais dos pacientes, e podem incluir modificação do estilo de vida, terapia cognitivo-comportamental e exercícios de ritmo próprio, quando tolerados", concluíram.