Tal pode explicar o motivo por que muitos indivíduos que exibem esses sintomas persistentes não estão a receber tratamento adequado, explica um artigo publicado no site da BBC News.
Adicionalmente, esta 'Covid que não passa' pode impactar significativa e gravemente na saúde mental e psicológica dos doentes, indica uma meta-análise baseada em vários estudos realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.
Mas afinal, o que se está a passar?
A maioria das pessoas infectada por uma forma ligeira a moderada da Covid-19 experiencia sintomas durante aproximadamente um período de duas semanas. Entretanto, quando se tratam de casos mais severos, os mesmo sintomas podem levar até três semanas a desaparecer.
Contudo, atualmente, e de acordo com a BBC, existem milhares de pessoas a sofrer de Covid-19 persistente, e esse número irá aumentar nos próximos meses.
Segundo pesquisas recentes e entrevistas feitas a 14 pessoas, integrantes de grupos de apoio para a Covid duradoura no Facebook, a meta-análise levada a cabo pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde destacou que os sintomas impactam na respiração, no cérebro, coração, sistema cardiovascular, nos rins, fígado, na pele e no funcionamento do intestino.
Sintomas esses que surgem dentro quatro grandes síndromes:
- Danos permanentes no coração e nos pulmões;
- Síndrome pós-terapia intensiva;
- Síndrome de fadiga pós-viral;
- sintomas ininterruptos de Covid-19.
A BBC destaca que alguns dos afetados pela variante prolongada da patologia estiveram internados durante bastante tempo no hospital, com Covid-19 grave. Contudo, outros sofreram de uma forma ligeira da doença, e muitos inclusive nem chegaram a ser testados ou diagnosticados.
Neste momento, o órgão de saúde aponta que estão a decorrer estudos de modo a entender como esses indivíduos podem ser melhor apoiados.
"Está a tornar-se claro que, para alguns, a infecção por Covid-19 é uma doença prolongada", explica o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.
"Para parte dessas pessoas, está relacionada à reabilitação que se segue à admissão no hospital. Mas outros estão a reportar experiências transformadoras que começam com uma infecção que pode ser gerida em casa, mas com sintomas que se agravam ao longo do tempo".
Elaine Maxwell, a médica líder da meta-análise, afirmou que esses efeitos debilitantes representam um encargo tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde.
Os dois sintomas mais relatados são fadiga crónica (98%) e dor de cabeça (91%).
Outros sintomas bastante comuns em doentes a sofrer de Covid persistente incluem tosse contínua, falta de ar, perda de olfato e de paladar.