Covid persistente manifesta-se com sintomas de quatro síndromes distintas

A Covid-19 persistente foi assim designada, devido a alguns pacientes sofrerem de sintomas associados à doença mesmo após meses de testarem negativo para o coronavírus SARS-CoV-2. E segundo os especialistas, pode estar a afetar as pessoas de quatro formas distintas de uma vez só. Entenda.

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Liliana Lopes Monteiro
16/10/2020 07:54 ‧ 16/10/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Covid-19

Tal pode explicar o motivo por que muitos indivíduos que exibem esses sintomas persistentes não estão a receber tratamento adequado, explica um artigo publicado no site da BBC News. 

Adicionalmente, esta 'Covid que não passa' pode impactar significativa e gravemente na saúde mental e psicológica dos doentes, indica uma meta-análise baseada em vários estudos realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.

Mas afinal, o que se está a passar?

A maioria das pessoas infectada por uma forma ligeira a moderada da Covid-19 experiencia sintomas durante aproximadamente um período de duas semanas. Entretanto, quando se tratam de casos mais severos, os mesmo sintomas podem levar até três semanas a desaparecer.

Contudo, atualmente, e de acordo com a BBC, existem milhares de pessoas a sofrer de Covid-19 persistente, e esse número irá aumentar nos próximos meses. 

Segundo pesquisas recentes e entrevistas feitas a 14 pessoas, integrantes de grupos de apoio para a Covid duradoura no Facebook, a meta-análise levada a cabo pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde destacou que os sintomas impactam na respiração, no cérebro, coração, sistema cardiovascular, nos rins, fígado, na pele e no funcionamento do intestino.

Sintomas esses que surgem dentro quatro grandes síndromes:

  1. Danos permanentes no coração e nos pulmões;
  2. Síndrome pós-terapia intensiva;
  3. Síndrome de fadiga pós-viral;
  4. sintomas ininterruptos de Covid-19. 

A BBC destaca que alguns dos afetados pela variante prolongada da patologia estiveram internados durante bastante tempo no hospital, com Covid-19 grave. Contudo, outros sofreram de uma forma ligeira da doença, e muitos inclusive nem chegaram a ser testados ou diagnosticados.

Neste momento, o órgão de saúde aponta que estão a decorrer estudos de modo a entender como esses indivíduos podem ser melhor apoiados. 

"Está a tornar-se claro que, para alguns, a infecção por Covid-19 é uma doença prolongada", explica o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido.

"Para parte dessas pessoas, está relacionada à reabilitação que se segue à admissão no hospital. Mas outros estão a reportar experiências transformadoras que começam com uma infecção que pode ser gerida em casa, mas com sintomas que se agravam ao longo do tempo". 

Elaine Maxwell, a médica líder da meta-análise, afirmou que esses efeitos debilitantes representam um encargo tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde.

Os dois sintomas mais relatados são fadiga crónica (98%) e dor de cabeça (91%).

Outros sintomas bastante comuns em doentes a sofrer de Covid persistente incluem tosse contínua, falta de ar, perda de olfato e de paladar. 

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