Não sente prazer? Apatia pode ser sinal precoce de Alzheimer

Perder o interesse e capacidade de sentir prazer pode ser um sinal prematuro de Alzheimer, aquele que é o tipo mais comum de demência.

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Notícias ao Minuto
16/10/2020 11:33 ‧ 16/10/2020 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Demência

Uma nova pesquisa revela que pessoas mais velhas que sofrem de apatia apresentam o dobro do risco de desenvolver demência. 

Os investigadores afirmam que este traço de personalidade pode ajudar a identificar prematuramente indivíduos em risco da patologia degenerativa do cérebro, numa altura em que ainda possam ser implementadas mudanças no estilo de vida e administrada a medicação específica capaz de travar a doença de Alzheimer. 

A líder do estudo, a médica e investigadora Meredith Bock, da Universidade da California em São Francisco, nos Estados Unidos, disse: "a apatia pode ser bastante angustiante para a família, quando as pessoas envelhecem e já não querem estar com a família ou amigos ou simplesmente parecem não mostrar qualquer interesse em atividades que antes gostavam". 

"É necessário realizar mais pesquisas, mas é possível que se tratem de sinais de que a pessoa possa estar em risco de Alzheimer e possa beneficiar de intervenções precoces e esforços que reduzam outros fatores de risco". 

O estudo

O estudo publicado no periódico Neurology incluiu 2,018 adultos com uma média de idade de 74 anos - nenhum dos voluntários sofria de demência. 

No ínicio do estudo os seus níveis de apatia foram medidos segundo um questionário. 

As questões incluíam: "nas últimas quatro semanas, quantas vezes lhe apeteceu sair de casa e sair com amigos?" e "nas últimas quatro semanas, quantas vezes lhe apeteceu realizar atividades do dia-a-dia?". 

Os participantes foram divididos em três grupos. Após nove anos, aqueles que sofriam de apatia severa apresentaram uma maior probabilidade de sofrer de demência, relativamente aos seus pares com níveis baixos a moderados de apatia. 

Os investigadores apuraram que pelo menos 381 dos participantes - quase um quinto - tinham a doença. 

Registando-se a proporção mais elevada no grupo com apatia grave - 127 de 508 pessoas, ou seja 25%. Comparativamente a 111 de 768 indivíduos (14%) e a 143 de 742 (19%) nos grupos de risco baixo. 

Bock e a equipa de investigadores concluíram que indivíduos com apatia severa apresentam uma probabilidade 80% superior de desenvolverem demência. Valores que foram tidos em conta juntamente com outros fatores, como idade, educação ou saúde cardiovascular. 

 

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