Covid: 60% dos doentes sofrem de depressão e falta de ar 3 meses depois

Investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apuraram que uma proporção significativa de pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam a experienciar depressão, fadiga, ansiedade e falta de ar até três meses após terem contraído o vírus.

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Notícias ao Minuto
20/10/2020 08:24 ‧ 20/10/2020 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Covid persistente

De febre a tosse seca persistente, o novo coronavírus já foi associado a uma vasta variedade de sintomas. 

E agora, um novo estudo alerta que alguns desses sintomas podem persistir durante meses. 

Investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apuraram que uma proporção significativa de pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam a experienciar depressão, fadiga, ansiedade e falta de ar até três meses após terem contraído o vírus.

No estudo, os investigadores analisaram 58 pacientes com Covid moderada a severa, além de 30 indivíduos que jamais haviam sido infetados

Estes voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética ao cérebro, pulmões, coração, fígado, assim como a testes relativos à função pulmonar e avaliações da sua qualidade de vida, saúde cognitiva e mental.

Os resultados detetaram que três meses após os indivíduos terem sido infetados, 64% dos pacientes com Covid-19 ainda sofriam de falta de ar, enquanto 55% se queixavam de fadiga. 

Mais ainda, as ressonâncias magnéticas revelaram que 60% dos doentes tinha tecido anormal nos pulmões, 29% nos rins, 26% no coração e 10% no fígado. 

Entretanto, os pacientes apresentavam igualmente uma maior propensão de reportarem ansiedade e depressão, comparativamente aos indivíduos que não haviam sofrido de Covid-19. 

Betty Raman, a médica e professora que liderou o estudo, disse ao jornal Mirror Online: "a nossa pesquisa avaliou pacientes que estavam a recuperar da Covid-19 após terem sido hospitalizados, dois a três meses depois da doença se ter instalado. Embora tenhamos encontrado anormalidades em vários órgãos, é difícil saber o quanto disso foi pré-existente e o quanto foi causado pela Covid-19". 

"Todavia, é interessante ver que as anormalidades detetadas nas ressonâncias magnéticas e que a capacidade física dos pacientes parece estar fortemente correlacionada com marcadores que indicam níveis acrescidos de inflamação no organismo. Tal sugere que existe sim uma relação potencial entre a inflamação crónica provocada pelo SARS-CoV-2 e os danos permanentes nos órgãos dos sobreviventes", concluiu. 

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