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Cientistas descobrem o que torna o novo coronavírus tão infecioso

Uma nova pesquisa britânica indica que o novo coronavírus SARS-CoV-2, por trás da doença da Covid-19, reconhece a proteína neuropilina-1, presente na superfície de células humanas, o que por sua vez facilita a disseminação do vírus.

Cientistas descobrem o que torna o novo coronavírus tão infecioso
Notícias ao Minuto

11:00 - 21/10/20 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Pandemia

Investigadores da Universidade de Bristol afirmam ter apurado o que torna o novo coronavírus tão infecioso e permite a sua propagação extremamente célere nas células humanas.

O novo estudo foi divulgado na Science, e descrito num artigo publicado na revista Galileu, tendo como intuito servir de ferramenta para a formulação de tratamentos eficazes contra a Covid-19.

De modo a infetar os humanos, inicialmente e com a 'ajuda' da proteína spike o coronavírus fixa-se no exterior das células que revestem o trato respiratório ou intestinal. De seguida, o microrganismo invade a célula e reproduz-se, gerando réplicas que, depois, serão libertadas e vão contaminar as células ainda saudáveis do hospedeiro.

Neste estudo, conforme explica a Galileu, os investigadores pretendiam determinar se o SARS-CoV-2 identifica a proteína neuropilina-1 localizada na superfície das células, um aspeto que facilitaria a infeção.

"Ao observar a sequência da proteína spike do Sars-CoV-2, ficamos impressionados com a presença de uma pequena sequência de aminoácidos que parecia mimetizar uma sequência de proteínas encontrada em proteínas humanas que interagem com a neuropilina-1", disse o co-autor do Yohei Yamauchi

Como tal, os cientistas questionaram se a proteína spike pode associar-se à neuropilina-1 para infectar as células humanas.

Recorrendo a vastas abordagens estruturais e bioquímicas, os especialistas determinaram que, sim -, ou seja, a espícula do SARS-CoV-2 liga-se de facto à neuropilina-1.

Segundo Yamauchi: "depois de estabelecermos que a proteína spike se ligava à neuropilina-1, pudemos mostrar que a interação serviu para aumentar a [capacidade de] invasão do SARS-CoV-2 a células humanas cultivadas em culturas".

"Utilizando anticorpos monoclonais (proteínas criadas em laboratório que se assemelham a anticorpos de ocorrência natural) ou uma substância que bloqueia a interação, fomos capazes de reduzir a capacidade do novo coronavírus de infectar células humanas. Isso serve para destacar o potencial valor terapêutico de nossa descoberta na luta contra a Covid-19", concluiu.

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