Com o treino correto, os cães mais astutos podem detetar até 40 tipos diferentes de bombas, farejar vestígios de drogas, realizar buscas e resgates extensos. Os animais podem, também, identificar doenças e infeções, como o cancro do cólon, a malária e a doença de Parkinson. Agora, um novo estudo sugere que os cães são capazes de sentir o cheiro do SARS-CoV-2 no suor humano.
O estudo conceptual, publicado esta quinta-feira no PLOS One e realizado em França e no Líbano, treinou com sucesso seis 'cães de deteção' para sentirem o cheiro de pacientes que adoeceram com o novo coronavírus.
Em menos de um dia, muitos desses caninos já haviam memorizado o odor. Dentro de semanas, os cães foram treinados para marcar corretamente as amostras de suor provenientes de pacientes com Covid-19 sintomáticos.
No teste final, os cães tiveram uma taxa de sucesso entre 76% a 100%. A pesquisa é limitada e os resultados preliminares, mas as evidências sugerem que os cães treinados podem ser uma forma rápida, confiável e barata de rastrear casos.
Se estudos futuros confirmarem que o olfato de um cão é sensível o suficiente para identificar infeções por Covid-19, as autoridades nacionais podem considerar o seu uso para fazer uma pré-triagem do vírus ou realizar uma verificação rápida entre grandes grupos de pessoas.
Este não é o primeiro estudo acerca do assunto. Muitos países já estão a treinar cães para fazer exatamente o mesmo, incluindo o Chile, Argentina, Brasil, Austrália e Bélgica. Um teste piloto na Finlândia mostrou que cães no aeroporto de Helsinquía conseguiram detetar a doença quase 100 por cento das vezes.