Cientistas criam tomate com medicamento para Parkinson, a ciência explica

Investigadores produziram frutos com L-DOPA, substância utilizada para o tratamento da doença degenerativa.

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Notícias ao Minuto
24/12/2020 08:29 ‧ 24/12/2020 por Notícias ao Minuto

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Parkinson

Uma equipa de cientistas do Centro John Innes, no Reino Unido, produziu um tomate enriquecido com o medicamento L-DOPA (Levodopa) usado para o controlo da doença de Parkinson, reporta a revista Galileu. 

A experiência inédita e no mínimo curiosa, publicada no Metabolic Engineering, aponta que que aquele fruto pode ser de facto uma nova fonte acessível do fármaco. 

Desde 1967 que a L-DOPA é o tratamento usual para a doença de Parkinson e é vista como sendo fundamental pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O tipo mais comum do medicamento é sintético, apesar de existirem fontes naturais.

Conforme explica a Galileu, este é produzido a partir da tirosina, um aminoácido presente em vários alimentos.

Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores inseriram um gene em tomates que codifica a tirosinase, uma enzima que por sua vez utiliza a tirosina para edificar moléculas como a L-DOPA. O que consequentemente aumentou o índice da substância no fruto.

Notícias ao MinutoCientistas criam tomate com doses elevadas de Levodopa© Phil Robinson

Adicionalmente, o uso de tomateiros como fonte natural de Levodopa é igualmente benéfico para os doentes com Parkinson que sofrem de efeitos secundários, como náuseas e distúrbios de comportamento, provocados pelo L-DOPA sintetizado quimicamente. 

Os cientistas alteraram o fruto do tomate introduzindo um gene que sintetiza a L-DOPA na beterraba, onde atua na produção do pigmento betalaína.

Os valores atingidos no tomate, de 150 mg por kg, foram comparados a outras plantas que também armazenam Levodopa.

A professora e autora do estudo, Cathie Martin disse em comunicado: "a ideia é que possa cultivar tomates com relativamente pouca infraestrutura. Como OGMs (organismos geneticamente modificados), poderia cultivá-los em casa, ambientes controlados com malhas muito estreitas, e assim não teria pólen que escapasse por meio de insetos". 

 

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