De acordo com um artigo publicado no site da BBC News, para um médico, o conceito das pessoas manterem as janelas fechadas "faz a cabeça explodir de raiva".
Já um engenheiro afirma que envergonha - sem qualquer pudor - a família em restaurantes "ao tentar aumentar a ventilação de ar fresco".
Ambos os homens integram um corpo crescente de especialistas preocupados com o modo como o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, pode se acumular em espaços mal ventilados.
Para eles as autoridades tem a obrigação de enfatizar a relevância do ar exterior.
O grande problema
Segundo o médico Eilir Hughes, que dirige um centro de saúde no norte do País de Gales, no Reino Unido, o slogan do governo britânico "mãos, espaço (distanciamento), rosto", não é suficiente.
Para o médico substituir o ar numa sala por ar fresco, vindo de fora do ambiente, pode reduzir drasticamente o risco das pessoas serem infectadas.
O que a ciência diz?
Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que existe a possibilidade do SARS-CoV-2, ser propagado além de através de gotículas expelidas por tosse e espirros, por partículas microscópicas expelidas pela respiração e fala que permanecem suspensas no ar.
A BBC aponta, que as autoridades norte-americanas foram ainda mais longe, ao admitirem que a inalação de gotículas e aerossóis "é considerada a principal via de propagação do vírus".
Ora, perante esse risco exacerbado, lavar e desinfetar as mãos, o distanciamento social e o uso de máscaras não são garantia absoluta de proteção.
O 'poder' das janelas abertas
Shaun Fitzgerald, professor de Engenharia da Universidade de Cambridge, crê que é essecial manter as janelas abertas para combater a proliferação do novo coronavírus e tem como missão pessoal melhorar a ventilação sempre que possível. Isso inclui tentar abrir janelas que foram seladas ou não receberam manutenção por anos.
"Recuso-me a estar num lugar que não seja bem ventilado", conta.
Fitzgerald afirma que estudos revelam que um bom suprimento de ar fresco para diluir e dispersar o vírus, podendo assim diminuir o risco de infecção em 70% a 80%.
"A minha maior preocupação é que, com a nova cepa do vírus, sabemos que manter os aerossóis em nível baixo será ainda mais importante e isso significa manter os locais com ventilação adequada", conclui Fitzgerald.