De acordo com a BBC News Mundo, uma pesquisa recente publicada no jornal científico The Lancet sugere que estar infetado com o novo coronavírus oferece tanta proteção quanto uma única dose da vacina.
Tal indica que muitos indivíduos precisariam somente de uma das duas doses exigidas atualmente pelas várias farmacêuticas. Isso pode potencialmente fazer com que os países administrem os seus stocks de vacinas mais eficazmente e consigam proteger mais indivíduos da Covid-19.
"A proteção mais abrangente possível"
Mas afinal, pelo que se sabe até o momento, quem já esteve infetado também deve ser vacinado? A resposta é sim.
"O ideal é garantir a proteção mais abrangente possível", afirmou em declarações à BBC News Mundo, o bioquímico José Manuel Bautista, professor da Universidade Complutense de Madrid, em Espanha.
"As vacinas têm se mostrado muito eficazes, algumas com taxas de proteção superiores a 90%, que é um indicador muito confiável. E nós sabemos que as manifestações da doença são heterogéneas", acrescentou.
Ou seja, tal significa que, em duas pessoas saudáveis pertencentes à mesma faixa etária, a infeção pelo coronavírus SARS-CoV2 pode provocar danos distintos e níveis de proteção diferentes.
Como tal, Bautista salienta que mesmo quem já esteve infetado precisa de ser vacinado, para que "a resposta imune seja estabilizada e protetora".
Consequentemente, o académico espanhol também considera que pensar em alternativas, como dar uma única dose a quem já sofreu da doença, contribuiria para atenuar os problemas de distribuição de vacinas que têm afetado algumas regiões espalhadas pelo mundo, como a União Europeia e a América Latina.