Vinte países, incluindo Portugal, já suspenderam a toma da vacina devido a receios que esta esteja a provocar o aparecimento de coágulos sanguíneos potencialmente fatais.
Contudo, reporta o jornal The Sun, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) atualizou ontem a sua análise dos casos de coagulação sanguínea, anunciando que não existe qualquer ligação direta com o imunizante produzido pela AstraZeneca.
O director executivo da EMA, Emer Cooke, disse que os casos de coágulos em pessoas recentemente vacinadas ainda estão a ser analisados "incansavelmente" por uma série de especialistas.
Cientistas do Reino Unido afirmam agora que os coágulos sanguíneos observados em pacientes aos quais havia sido administrada a vacina podem ser um sinal da Covid-19. O que significa que esses indivíduos podem ter sido infetados com o vírus quando receberam a vacina - ou tê-lo apanhado antes da formação de imunidade.
Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia na London School of Hygiene & Tropical Medicine, explicou que o surgimento dos coágulos é provavelmente uma consequência do próprio novo coronavírus SARS-CoV-2, por trás da doença da Covid-19.
"É uma explicação muito provável de que pelo menos alguns dos distúrbios de coagulação observados são resultado da Covid-19, ao invés da vacina", referiu.
Evans sublinhou ainda que, inicialmente, os peritos tinham manifestado preocupações relativamente à coagulação do sangue em geral, particularmente em doentes que haviam anteriormente sofrido um AVC.
Acrescentando: "estes são efeitos do vírus que já são conhecidos".
"Preocupações mais recentes têm se relacionado a outro tipo de distúrbio de coagulação sanguínea denominado trombocitopenia"
"Essa condição também é conhecida por ocorrer em pacientes com Covid-19", concluiu o professor.