Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature leva a crer que um medicamento contra hanseníase (lepra) pode ser capaz de tratar casos de Covid-19 se esta for detetada precocemente.
Sumit Chanda, imunologista do instituto de investigação médica de Sanford Burnham Prebys, nos EUA, e a sua equipa encontram-se, de momento, a reunir fundos para os testes de fase 2 do fármaco Clofazimina, na esperança de realizarem testes em humanos.
O estudo, que testou a Clofazimina em hamsters infetados com SARS-CoV-2, mostrou que esta “bloqueia duas etapas críticas da replicação viral”, disse o imunologista Chanda. O medicamento, com propriedades antibióticas e anti-inflamatórias, impede a entrada do vírus nas células e, no caso de o vírus já ter entrado, impede o processo de reprodução do vírus, impossibilitando que faça cópias de si mesmo.
A realizarem-se, os ensaios de fase 2 administrariam a Clofazimina a voluntários que recentemente tivessem testado positivo para o vírus, junto com um grupo de placebo. “Esperamos que as pessoas que tomarem Clofazimina tenham uma redução drástica na admissão e hospitalização nos cuidados intensivos", afirma o investigador.
No tratamento da Covid-19 já são usados pelo menos três fármacos em todo o mundo - a dexametasona, o tocilizumab, e o remdesivir. A Clofazimina tem algumas vantagens face a esses medicamentos: pode tomar-se por via oral, o que permite que seja tomada em casa e não obriga à hospitalização. É, também, um tratamento barato.
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