Apesar de ser consumido como se fosse um hortícola, na realidade o pepino é uma fruta que pertence à mesma família da melancia, melão e abóbora. No entanto, difere claramente destas pelo facto de o seu sabor não ser doce. Trata-se de uma fruta cilíndrica, com uma casca (normalmente) verde escura. Esta pode ser lisa ou apresentar pequenas saliências na superfície. Quando é lisa, a sua aparência é muito semelhante à curgete, mas as semelhanças ficam por aí, pois mais uma vez o sabor do pepino é marcadamente diferente.
A descoberta do pepino deu-se 3000 anos a.C. nas altas montanhas dos Himalaias, particularmente na Índia, mas atualmente é consumido um pouco por todo o Mundo. O seu interior desvenda uma composição com elevado potencial para a indústria da alimentação e cosmética. O primeiro uso do pepino nesta última ocorreu por via da polpa como cosmético natural para limpar a pele. Atualmente, as suas propriedades calmantes, de cicatrização e frescura levaram a que o pepino fosse assumido como um ingrediente chave em cremes destinados ao tratamento de vários problemas de pele, tais como rugas, queimaduras solares e pele seca. Além disso, é um grande aliado da redução do inchaço sob os olhos.
Como consumir
Contrariamente a todos os outros frutos, a sua colheita deve ser executada quando o estado de maturação ainda se apresenta incompleto, condição em que a casca tem rigidez e tonalidade verde escura intensa e as sementes apresentam baixo tamanho e nenhum enrijamento. É um fruto sensível e, por isso, o seu armazenamento deve ser executado de forma cuidadosa, durante um período máximo de 14 dias. Adicionalmente, deve ser feito no local mais fresco (10ºC a 12,5ºC) da cozinha, uma vez que, quando submetido a temperaturas inferiores ou superiores a este intervalo de valores, começa a ficar com manchas aprofundadas na casca (temperaturas inferiores a 10ºC) ou com alteração da sua tonalidade para amarelo (temperaturas superiores a 12,5ºC).
Normalmente o pepino é consumido de duas formas diferentes. Pode ser consumido em cru, em saladas, por exemplo. Neste caso normalmente é cortado em fatias finas, havendo quem mantenha a casca totalmente ou parcialmente, e quem o descasque. Além do efeito estético, a manutenção da casca do pepino tem consequências importantes na sua digestibilidade. Muitas pessoas não consomem pepino porque se queixam que é bastante indigesto. Nesse caso a manutenção da casca pode ajudar a resolver o problema. Uma vez que o pepino pode (e deve!) ser consumido com casca, é importante garantir que a mesma é lavada de forma adequada, para evitar a contaminação com poluentes e/ou pesticidas. Um dos problemas do pepino é o facto de conter muita água, que pode tornar as saladas demasiado aguadas. De forma a evitar essa situação, pode deixar os mesmos durante algum tempo em água salgada (antes de o cortar!). Desta forma o pepino vai perder alguma água, mas vai reter todo o seu potencial nutricional.
O pepino é também muito utilizado em sopas frias, com especial destaque para o gaspacho, ou em molhos frios, como o guacamole. Nos últimos tempos o pepino tem também merecido grande destaque como ingrediente de sumos ou smoothies, podendo também ser utilizado para preparar água aromatizada, por exemplo. Pode ainda cortá-lo em fatias finas e utilizar como recheio de sandes, ou partir em palitos e consumir como snack. Por último, pode utilizar pepino cru (cortado em cubos pequenos) em pratos mais condimentados, como estufados ou caril.
A outra forma principal de consumo de pepino é em conserva (picles). Neste caso é costume utilizar-se uma variedade pequena, que normalmente tem entre 5 e 15cm, e uma superfície mais rugosa. A sua textura dura, aliada ao sabor característico tornam-no um ingrediente muito apreciado por muitas pessoas.
Potenciais benefícios
A composição nutricional do pepino apresenta algumas mais-valias e por isso o seu consumo tem vindo a ser associado a vários potenciais benefícios… Sendo maioritariamente composto por água (cerca de 95% do seu peso é água), o pepino contribui de forma muito significativa para a hidratação de quem o consome. Além disso, contém apenas cerca de 15 calorias por 100g, o que o torna num alimento com um potencial calórico muito baixo. Devido a isso, o seu consumo pode contribuir de forma muito significativa para uma diminuição das calorias ingeridas, pois sacia e ocupa volume no estômago, o que, por sua vez, pode ajudar a diminuir a ingestão de outros alimentos com mais calorias. O pepino possui vários antioxidantes na sua composição. De entre estes, há a destacar o betacaroteno, vários flavonoides, os triterpenos e os linhanos. De uma maneira geral, os antioxidantes vão ajudar as células a lidar melhor com as possíveis agressões a que estão sujeitas diariamente, diminuindo o risco de aparecimento de várias doenças crónicas e de alguns tipos de cancro. Por último, além de ser um alimento muito rico em água, o pepino contém ainda alguma fibra. Estas duas características são fundamentais para garantir um trânsito intestinal adequado, pelo que o consumo de pepino também pode ajudar neste contexto. No caso do pepino em picles, este efeito pode ser ainda mais acentuado, pois pode apresentar também algum efeito probiótico, devido ao processo de conservação do mesmo.
Ou seja, motivos não faltam para incluir o pepino na sua alimentação…
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