Uma infeção prévia com o vírus SARS-CoV-2 não protege necessariamente contra a Covid-19 a longo prazo, especialmente quando causada por novas variantes, sugere um estudo de investigadores da Universidade de Oxford, conduzido com o UK Coronavirus Immunology Consortium e citado pelo Guardian.
Os investigadores encontraram diferenças marcantes nas respostas imunológicas da equipa médica que contraiu Covid - alguns estão bem mais preparados do que outros para combater a doença seis meses depois. As descobertas reforçam a importância da vacinação global, independentemente de terem sido infetados com o vírus no início da pandemia ou não.
Para chegar a esta conclusão, foram analisadas amostras de sangue de 78 profissionais de saúde que tiveram Covid-19, com ou sem sintomas, entre abril e junho do ano passado. O sangue foi analisado mensalmente até seis meses após a infeção. Contabilizou-se os diferentes tipos de anticorpos que têm como alvo o vírus, células B que produzem anticorpos e retêm uma memória da doença e células T, que reduzem a gravidade da doença matando as células infetadas.
No estudo, ainda não revisto por pares, a maioria das pessoas que produziram uma resposta imunológica fraca no espaço de um mês não tinham anticorpos detetáveis que pudessem neutralizar a variante Alfa, detetada primeira vez em Kent, em seis meses. Nenhum produziu anticorpos neutralizantes contra a variante Beta encontrada pela primeira vez na África do Sul. Os investigadores ainda vão analisar dados para a variante Delta.
Enquanto a maioria dos profissionais de saúde que desenvolveram doenças sintomáticas tiveram uma resposta imunológica mensurável seis meses depois, mais de um quarto não teve. Mais de 90% das pessoas que tiveram infeções assintomáticas não tiveram resposta imunológica mensurável seis meses depois, descobriram os investigadores.
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