Covid-19 pode causar danos nos testículos, alerta nova pesquisa
Investigadores infetaram hamsters com o vírus pertencente à variante do primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus SARS COV-2 nos Estados Unidos e detetaram que este afetou células das gónadas sexuais dos bichos.
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O estudo publicado no jornal científico Microorganisms e citado pela revista Galileu, concluiu através da realização de testes com hamsters infetados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, que o agente viral pode provocar danos nos testículos.
Há anos que cientistas do laboratório Rossi, da Universidade do Texas, analisam a infeção em testículos pelo vírus Zika, e agora decidiram investigar se o coronavírus podia afetar o sistema reprodutivo masculino. Para tal, infetaram hamsters sírios com o vírus isolado da estirpe USA_WA1/2020, que esteve na origem do primeiro caso humano de Covid-19 nos Estados Unidos, em janeiro de 2020.
De acordo com os académicos, o material genético do vírus permaneceu nos testículos dos animais durante uma semana, sendo que a sua presença foi diminuindo com o passar do tempo.
No decorrer da experiência os hamsters sofreram de letargia, enrugamento do pelo e alguns emagreceram ou engordaram nos primeiros sete dias após terem sido deliberadamente infetados.
De seguida, explica a Galileu, os investigadores eutanizaram os bichos e durante as autópsias examinaram as suas gónadas sexuais. Os especialistas creem que os dados apurados podem ajudar a explicar alguns dos sintomas detetados em homens, nomeadamente dor na região testicular e redução na produção de testosterona.
"Essas descobertas são o primeiro passo para entender como a Covid-19 afeta o trato genital masculino e, potencialmente, a saúde reprodutiva dos homens", conta Shannan Rossi, professor de microbiologia e imunologia, num comunicado emitido à imprensa.
Acrescentando: "temos muito mais a fazer antes de termos o quadro completo. Seguindo em frente, investigaremos maneiras de amenizar esse impacto [do vírus], incluindo o uso de antivirais, terapias com anticorpos e vacinas".
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