O estudo que foi pré-publicado na plataforma Research Square e citado pela revista Galileu, alerta que nem todas as pessoas que já foram infetadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, desenvolveram uma proteção imunológica natural prolongada.
Utilizando como base o consórcio UK Coronavirus Immunology, os investigadores britânicos analisaram amostras de sangue de 78 trabalhadores no setor da saúde. Entre os quais 66 haviam sofrido de Covid-19 sintomática e 12 haviam estado assintomáticos - ou seja, não tinham experienciado sintomas.
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Segundo a revista Galileu, os exames de sangue foram realizados mensalmente, de um a seis meses após a infeção inicial.
Os cientistas examinaram os anticorpos antispike, cuja função é combater a proteína spike do SARS-CoV-2, responsável ajudar o vírus a penetrar e instalar-se nas células humanas.
Mais ainda, os investigadores tiveram em conta a presença de células T, que contribuem para que o organismo consiga responde o mais eficientemente possível contra o coronavírus. Além de células B, produtoras de anticorpos e que agem igualmente na memória imunológica do corpo humano.
Na globalidade, todos esses elementos foram considerados pelos cientistas como uma espécie de 'carimbo' da imunidade do indivíduo.
Sendo que a maioria dos voluntários que apresentaram sintomas aquando da infeção registou uma resposta imunológica mensurável seis meses após contraírem o vírus. Todavia, tal não sucedeu com 26% dos indivíduos. Já entre os assintomáticos, 92% registou qualquer reação imune.
Adicionalmente, considerando as variantes mais recentes do novo coronavírus, o estudo não detetou a presença de anticorpos com a capacidade de inibir a cepa Alfa, registada pela primeira vez em setembro de 2020 no Reino Unido e contra a Beta, identificada originalmente na África do Sul.
De acordo com Christina Dold, coautora do trabalho científico, os dados apurados espelham que existem tipos bastante distintos de respostas imunológicas, tendo em conta casos sintomáticos ou assintomáticos.
"A nossa preocupação é que essas pessoas possam estar em risco de contrair a Covid-19 pela segunda vez, principalmente com a circulação de novas variantes. Isso significa que é muito importante que todos recebamos a vacina quando oferecida, mesmo se acharmos que já tivemos a doença", afirmou Dold.
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