A condição também pode causar fadiga contínua, problemas respiratórios, dores musculares e palpitações cardíacas.
O estudo recente publicado no The Lancet e citado pelo jornal britânico The Sun, examinou a inteligência de mais de 81.300 pessoas, com uma idade média de 46 anos, entre janeiro e dezembro de 2020.
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Dos participantes, quase 13 mil haviam contraído o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, e 5% disseram ter sintomas persistentes.
O Great British Intelligence Test examina elementos como memória, raciocínio, capacidade de planeamento e resolução de problemas, mas não dá uma pontuação de QI.
Por exemplo, uma tarefa testa a capacidade da pessoa de se recordar de um certo número de itens que apareceram numa ecrã, e de seguida, selecioná-los entre dezenas de outros objetos.
Os investigadores descobriram que aqueles que tinham sido diagnosticados com Covid-19 apresentavam uma maior dificuldade em executar estas tarefas do que aqueles que nunca foram afetados pela patologia.
Adicionalmente, as pessoas que requereram hospitalização e necessitaram de respirar através de um ventilador devido à Covid estavam mais propensas a ver um declínio na pontuação.
Num teste de inteligência clássico, teriam perdido o equivalente a sete pontos no QI, afirmou a equipa de investigadores.
Sendo que a sua pontuação caiu "acima da queda média de 10 anos no desempenho global entre as idades de 20 a 70", e mais do que em pessoas que sofreram um AVC.
Tal ocorreu, mesmo depois dos especialistas - das universidades do Imperial College de Londres e Cambridge - terem tido em conta outros fatores que podem influenciar a inteligência, como o nível de habilitações literárias do indivíduo.
O estudo disse: "estes resultados estão de acordo com os relatos dos sintomas associados à Covid persistente, em que o 'nevoeiro cerebral', a dificuldade de concentração e a dificuldade em encontrar as palavras corretas são comuns".
"Os déficits foram de efeito substancial para as pessoas que haviam sido hospitalizadas".
Mais ainda, os cientistas afirmam que este tipo de confusão mental pode durar vários anos.
"Estudos anteriores em pacientes hospitalizados com doenças respiratórias não apenas demonstram déficits cognitivos objetivos e subjetivos, mas sugerem que estes permanecem em alguns pacientes até 5 anos depois", alertaram os autores.
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