Perante o término da fase 3 de testes clínicos com a vacina Clover — criada pela fabricante chinesa Sichuan Clover Biopharmaceutical —, a médica Sue Ann Costa Clemens, professora da Universidade de Oxford e coordenadora dos testes no Brasil, explicou à CNN que o imunizante revelou ser 100% eficaz em casos graves de Covid-19, evitando assim o risco de internamentos ou de óbito como consequência da patologia pandémica.
Entretanto, em indivíduos infetados com variantes do coronavírus que evoluem para quadros mais severos, a vacina mostrou igualmente ser 100% eficiente.
Já para os casos ligeiros a moderados contra qualquer uma das variantes em circulação essa eficácia correspondeu a 83%.
Segundo a CNN, os investigadores analisaram a ação da Clover, tendo em conta os níveis de anticorpos no sangue presentes nos voluntários, levando em especial consideração se esses anticorpos eram funcionais. Por outras palavras, verificando se esses anticorpos ofereciam de facto proteção e imunidade celular contra o SARS-CoV-2.
A fabricante chinesa mencionou à CNN, que está a requerer pedidos de registo do imunizante na China, União Europeia e à Organização Mundial da Saúde (OMS).
"É uma vacina que mostra eficácia em todos os casos que foram sequenciados, além de já ter provado eficácia tanto em pessoa soronegativa e soropositiva, que já tinham sido previamente infetadas. Também é importante destacar que, durante os estudos, em todos os casos sequenciados, não foi detetado nenhum da estirpe original. Tal mostra ao mundo que o vírus original é quase inexistente e que está a ser substituído pelas variantes", comentou Clemens.
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