O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar doenças graves do fígado, nomeadamente fígado gordo, hepatite alcoólica e cirrose hepática, alerta a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).
Segundo a APEF, os portugueses consomem anualmente, em média, 12 litros de álcool, representando um dos registos mais elevados dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Dados do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, de 2019, mostram que consumo de álcool por parte dos jovens portugueses é elevado. Nesse ano, 84,5% dos inquiridos, com 18 anos, 70,1%, com 16 anos e 37%, com 14 anos, admitiram ter ingerido bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses.
O estudo demonstra também que o consumo de álcool é mais elevado por parte dos homens, com 19,4 litros de puro álcool per capita por ano, do que das mulheres, que consomem 5,6 litros.
O elevado consumo de álcool traz consequências graves em termos de saúde, nomeadamente, do fígado, e os números do estudo do SICAD também o demonstram. Em 2019, foram registados 38.122 internamentos hospitalares, com diagnóstico principal e/ou secundário atribuíveis ao consumo de álcool, envolvendo 28 245 indivíduos em Portugal.
O mesmo estudo refere ainda que, em 2018, morreram 2493 pessoas por doenças atribuíveis ao álcool, 26% das quais por doenças atribuíveis a doença alcoólica do fígado.
"O consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens, sobretudo relacionado com a vida noturna e social, é também preocupante e motivo de intervenção por parte das autoridades reguladoras", afirma José Presa, presidente da APEF, em comunicado. E continua: “A ingestão excessiva e continuada de álcool pode conduzir a doença hepática alcoólica ou a consequências indiretas como as resultantes dos acidentes de viação. Estas situações, quando não tratadas ou prevenidas, trazem consequências graves para a saúde e podem até levar à morte. Neste sentido, a nossa recomendação é de tolerância zero".
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