A comunidade científica está novamente em alerta, depois de ter sido detetada no Botsuana, em África, uma nova variante da Covid-19 (B.1.1.529), com um número "extremamente alto" de mutações, que podem criar problemas ao sistema imunitário. Os especialistas acreditam que esta estirpe pode comprometer a eficácia das vacinas atualmente existentes e que estas não consigam responder tão eficazmente ao SARS-CoV-2.
A nova variante foi descoberta, a 11 de novembro, no Botsuana, mas já há 10 casos confirmados em três países e os cientistas dizem que pode haver mais por identificar.
Na rede social Twitter, Tom Peacock, virologista do Imperial College em Londres, mostrou-se preocupado pelo número "extremamente alto" de mutações (32, ou seja, o dobro das mutações da variante Delta) na proteína spike, que se liga à proteína ACE2 na superfície das células.
Just spotted: very small cluster of variant associated with Southern Africa with very long branch length and really awful Spike mutation profile including RBD - K417N, N440K, G446S, S477N, T478K, E484A, Q493K, G496S, Q498R, N501Y, Y505Hhttps://t.co/kgA9c1hKDa
— Tom Peacock (@PeacockFlu) November 23, 2021
"É realmente uma preocupação", sublinha Ravi Gupta, professor de microbiologia clínica da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, ao The Guardian.
Já François Balloux, diretor do Instituto Genético ICL, defende que, para já, “não há razão para ficarmos excessivamente preocupados". O especialista crê que a variante possa ter evoluído no organismo de uma pessoa com o sistema imunitário frágil ou que seja portador de HIV ou sida.
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