Os doentes infetados com a variante Ómicron atingem o pico de contágio entre o terceiro e o sexto dia após o diagnóstico, segundo os dados preliminares de um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, publicado na revista médica BMJ.
As conclusões do estudo resultam da análise de 83 amostras, recolhidas em 21 pacientes. A confirmarem-se os resultados, este estudo coloca em causa a decisão de vários países que optaram por encurtar os períodos de isolamento, incluindo Portugal.
No passado dia 5 de janeiro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou que o período de isolamento para as pessoas assintomáticas que testam positivo ao SARS-CoV-2 e têm doença ligeira passa a ser de sete dias. As normas atualizadas pela DGS também reduzem para sete dias o isolamento dos contactos de alto risco, mas alteram as definições destes contactos.
A decisão da DGS surge numa altura em que os casos da variante Ómicron estão a aumentar em Portugal e no mundo. Detetada na África Austral e considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.
Ainda assim, Paul Raymond Hunter, professor de medicina na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, defende que os resultados do estudo japonês não têm de significar que os períodos de isolamento devam ser novamente ampliados, uma vez que se calcula que três terços das infeções pela variante Ómicron já não estejam a ser diagnosticados. Hunter, recorde-se, foi um dos maiores defensores da diminuição do tempo de confinamento no país. Desde esta terça-feira, os doentes infetados só têm de permanecer isolados nos cinco dias após um teste positivo, desde que testem negativo ao quinto dia e que o resultado se mantenha no sexto.
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