A mononucleose é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) em que se dá um aumento do número de linfócitos no sangue. A  transmissão dá-se através do contato íntimo com as secreções corporais, como a saliva, pelo que é vulgarmente conhecida por 'doença do beijo'.

Febre, fadiga, aumento dos gânglios linfáticos e dor de garganta com faringite associada são alguns dos sintomas relatados por quem  contrai infeção por EBV. Em casos raros, os doentes podem sentir dor abdominal, icterícia e algumas complicações do sistema nervoso central. 

O tratamento é feito com bastante repouso, antipiréticos e analgésicos. Os sintomas devem desaparecer entre duas a três semanas. No entanto, há pessoas que experienciam uma sensação de fadiga que chega a prolongar-se por meses.

Além disso, em situações mais graves ou em indivíduos com o sistema imunitário comprometido, podem ser utilizados antivirais. Perante o risco de asfixia, ainda se podem associar corticoides em doentes com grande aumento das amígdalas.

A 'doença do beijo' está na origem da esclerose múltipla?

Segundo um estudo de investigadores norte-americanos, publicado esta na revista Science, esta doença autoimune pode ser provocada pelo vírus EBV. Os cientistas acompanharam durante duas décadas anos mais de 10 milhões de jovens alistados no exército norte-americano, dos quais 955 foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o serviço militar.

O risco de contrair esclerose múltipla aumentou 32 vezes após o individuo ser infetado pelo vírus EBV. "Este é um passo importante, pois sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla pode ser prevenida com a interrupção da infeção causada pelo vírus Epstein-Barr", disse Alberto Ascherio, o principal autor do estudo e docente na Harvard School of Public Health.

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