Covid: Níveis baixos de determinados micronutrientes agravam doença
Segundo um estudo belga, a doença representa uma ameaça muito maior se não os ingerirmos.
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Um estudo belga da Universidade de Ghent revela que 60% dos doentes que morreram devido à Covid-19 demonstravam uma grave deficiência em micronutrientes, como o selénio e o zinco.
Segunda a investigação, as hipóteses de recuperar de uma infeção pelo novo coronavírus ou de desenvolver apenas sintomas ligeiros são significativamente superiores se tiver níveis adequados de selénio e zinco no sangue.
Num novo estudo, em que foram recolhidas amostras de sangue a 138 doentes internados, nos dois hospitais belgas UZ Gent e AZ Jan Palfijn, a diferença entre a quantidade de micronutrientes no organismo e na sobrevida foi significativa.
Estudos anteriores demonstraram que as pessoas com deficiências nutricionais foram afetadas de forma mais grave do que aquelas com níveis adequados de diferentes nutrientes no sangue. Desta forma, Gijs Du Laing, especialista em micronutrição, e a sua equipa, pretendiam verificar se os níveis de micronutrientes presentes no sangue afetariam o resultado de uma infeção por Covid-19.
No cenário belga, Du Laing e seus colegas descobriram que sete em cada 10 doentes que sucumbiram à infeção apresentavam uma grave deficiência em selénio e zinco, dois micronutrientes que desempenham um papel fundamental na defesa do sistema imunitário. Por outro lado, os doentes que com níveis suficientes destes dois micronutrientes ou apenas uma deficiência marginal, recuperaram mais rapidamente da infeção.
Mas o que surpreendeu os investigadores foi o facto da deficiência destes micronutrientes ser um fator de risco com mais impacto do que a diabetes, cancro, obesidade ou doença cardiovascular, que normalmente estão associados a um pior prognóstico.
Esta investigação vem, assim, corroborar estudos anteriores. Um relatório alemão já havia associado baixos níveis de selénio e zinco a uma pior recuperação da Covid-19 e investigações chinesas demonstraram que nas regiões com níveis mais elevados de selénio no solo ocorreram menos mortes relacionadas com o vírus.
Em comunicado, a Pharma Nord afirma que "é fundamental que uma alimentação saudável e equilibrada inclua nutrientes essenciais como o selénio, o zinco e outros que protegem e reforçam o sistema imunitário". No entanto, "para muitas pessoas é um desafio obter quantidades adequadas dos diferentes nutrientes na alimentação", pelo que, segundo a farmacêutica dinamarquesa, "a suplementação pode ser uma alternativa útil".
"Estudos têm demonstrado que a suplementação de micronutrientes contribui, de facto, para a melhoria da saúde. Um bom exemplo é o estudo inovador KiSel-10, em que idosos na Suécia receberam suplementos com levedura de selénio de qualidade farmacêutica e coenzima Q10", aponta. Os participantes, acrescenta, "viram uma redução de 54% na mortalidade cardiovascular e uma melhoria significativa na qualidade de vida".
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