Dos fatores de risco ao diagnóstico. Eis o que deve saber sobre obesidade
A Médis explica.
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Lifestyle Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade
Um estudo realizado pela Unidade de Investigação em Epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, revela que seis em cada 10 portugueses são obesos ou podem vir a sê-lo. Dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (2015) mostram que este problema é uma realidade logo a partir da infância, já que a prevalência do excesso de peso na população portuguesa entre os 10 e os 18 anos é de mais de 30% e a obesidade é de cerca de 8%.
O excesso de peso é um dos principais problemas de saúde pública. Afeta todas as faixas etárias e tem influência direta na longevidade e na qualidade de vida. A obesidade é um dos fatores de risco da diabetes, doenças cérebro-cardiovasculares, hipertensão arterial, doença osteoarticular disfunções sexuais, infertilidade e da generalidade dos cancros.
Tendo como propósito alertar para o problema da obesidade, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a "epidemia do século XXI", assinala-se a 21 de maio o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade. Esta data visa alertar para as complicações do excesso de peso para a saúde e promover hábitos de vida saudáveis.
O que é a obesidade?
Esta doença tem na sua origem fatores metabólicos, genéticos, culturais e comportamentais. Esse processo leva o organismo a armazenar as calorias em forma de massa gorda, podendo ser um "gatilho" para várias doenças. Tendo a proporção do nível da obesidade uma relação direta com a sua perigosidade, recomenda-se uma vigilância atenta do peso.
Diagnóstico
Realiza-se tendo como ponto de partida o recurso à análise do Índice de Massa Corporal (IMC). Este é um método de cálculo que resulta da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. De acordo com a OMS, o excesso de peso acontece a partir de um IMC de 25, sendo que o quadro de obesidade é uma realidade quando o valor é igual ou superior a 30.
A classificação do IMC define-se pelos seguintes intervalos:
- Baixo peso: inferior a 18,5 (Kg/m2)
- Variação normal: entre 18,5 e 24,9 (Kg/m2)
- Pré-obesidade: entre 25,0 e 29,9 (Kg/m2)
- Obesidade Classe I: entre 30,0 e 34,9 (Kg/m2)
- Obesidade Classe II: entre 35,0 e 39,9 (Kg/m2)
- Obesidade Classe III: maior ou superior a 40,0 (Kg/m2)
Além disso, o diagnóstico de obesidade tem outros critérios de observação. Entre eles está a avaliação do histórico de saúde, nomeadamente da evolução do peso em função do padrão alimentar. Por outro lado, a existência de hábitos de exercício regular, medicação, o nível de stress a que se está sujeito ou o histórico familiar no caso de existir uma predisposição à obesidade.
Principais causas
O excesso de peso pode derivar de questões genéticas, metabólicas, alterações hormonais e/ou culturais e comportamentais. Estes fatores levam a que o organismo não consiga libertar-se das calorias extra que acumula sob a forma de gordura. Este problema adensa-se caso se siga uma vida sedentária sem espaço para a prática regular de exercício físico e não se respeite um plano alimentar saudável.
Fatores de risco
Por norma, o excesso de peso e a obesidade resultam de uma conjugação de fatores. Se alguns deles podem ser alterados através de uma mudança de estilo de vida, outros, como a idade, a genética e o histórico familiar, são imutáveis. Eis os nove mais comuns:
1- Genética
Desempenha um papel decisivo na conversão dos nutrientes ingeridos em energia, bem como no processo da queima de calorias, durante a atividade física.
2- Histórico familiar
Pode ter origem hereditária. Não apenas pela genética, mas também pela tendência de seguir os mesmos hábitos no que toca à alimentação e à atividade física.
3- Idade
As alterações hormonais que ocorrem durante as várias fases da vida, aliado à falta de exercício regular, podem provocar um excesso de peso. Por outro lado, ao longo dos anos, dá-se uma diminuição da massa muscular, levando a um decréscimo do metabolismo, pelo se não controlarmos o que ingerimos de uma forma racional, aumentamos de peso.
4- Sedentarismo
A inexistência de hábitos associados à prática de exercício físico regular aumenta a probabilidade de acumulação de calorias.
5- Alimentação inadequada
Uma dieta desequilibrada, demasiado calórica e com um excesso de alimentos processados, assim como em proporções exageradas, contribui para o aumento de peso e obesidade.
6- Problemas de saúde
As síndromes de Prader-Willi ou de Cushing podem favorecer quadros de obesidade. Além disso, os portadores de doenças como a artrite podem ser obrigados a diminuir a atividade física, o que levará provavelmente a um consequente ganho de peso.
7- Medicação
Fármacos como alguns antidepressivos, anticonvulsivos, medicamentos para a diabetes, esteroides e beta bloqueadores podem propiciar o ganho de peso. A solução é equilibrar os efeitos secundários com atividade física, e o controle alimentar.
8- Gravidez
Muitas mulheres não conseguem perder o peso que natural e necessariamente ganham durante a gestação. Este facto pode contribuir para o cenário de obesidade nas mulheres.
9- Perturbações de sono
Não dormir de forma adequada provoca alterações hormonais que podem aumentar o apetite.
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