Portugal contabilizava, até esta segunda-feira, 37 casos de Monkeypox confirmados em laboratório, segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). De acordo com a Direção-Geral da Saúde, os casos estão distribuídos pelas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Norte e Algarve. Os doentes estão "estáveis e em ambulatório".
O contato de animais para pessoas é uma via comum de fácil transmissão. A CUF explica que pode pode dar-se pelo contacto com animais infetados, como roedores (por exemplo, ratos e esquilos) e macacos, através de:
- Mordidas;
- Arranhões;
- Contacto direto com fluidos corporais, como sangue;
- Contacto indireto com material da lesão (por exemplo, através da roupa da cama);
- Preparação de carne de animais selvagens;
- Ingestão de carne que não esteja completamente bem passada de um animal infetado;
- Contacto, por exemplo, com a pele ou pelo de um animal infetado.
A rede portuguesa de hospitais refere ainda que o vírus pode entrar no nosso corpo através de:
- Fissuras na pele, mesmo que estas não sejam visíveis aos nossos olhos;
- Trato respiratório;
- Olhos, nariz e boca.
Recorde-se que Portugal anunciou, na segunda-feira, que é o primeiro país a identificar a sequência genética do vírus Monkeypox, atualmente em circulação não só em Portugal, mas também no Reino Unido, Espanha, Suécia, Bélgica e Estados Unidos da América. "A descoberta poderá ser fundamental para compreender a origem do surto e as causas para a rápida disseminação da doença", refere o INSA, num comunicado enviado às redações.
Uma equipa de especialistas do seu Núcleo de Genómica e Bioinformática identificou a sequência genética deste vírus e partilhou-a com a comunidade científica internacional, "o que poderá contribuir para uma mais rápida e efetiva compreensão deste fenómeno", pode ler-se.
O vírus Monkeypox foi descoberto pela primeira vez em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
O primeiro caso humano de infeção com o vírus Monkeypox foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.
Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia (VIG) podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox.
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