Nove anos depois da atriz norte-americana Angelina Jolie ter anunciado ao mundo que havia tirado as duas mamas depois de descobrir que tinha quatro em cinco hipóteses de vir a ter cancro da mama, surge uma nova esperança para as mulheres com o mesmo gene 'defeituoso' BRCA1. Um estudo, publicado na revista médica Genome Medicine, revela que existe um medicamento que pode diminuir o risco de tumor da mama e manter os níveis de progesterona mais baixos.
Segundo o documento, o mifepristone ajuda a diminuir a renovação das células que colocam estas mulheres em risco de contrair cancro da mama triplo negativo e, como tal, pode atrasar ou até mesmo evitar a necessidade de uma mastectomia. Usados para abortos medicamentosos, o fármaco trava os efeitos da hormona progesterna.
Para chegarem a esta conclusão, os investigadores usaram o teste WID-Breast29 em amostras recolhidas de mulheres com e sem a alteração do gene BRCA1, que estavam a medicar-se com mifepristone em doses baixas. Todas as mulheres sem o gene apresentaram níveis inferiores de progesterona. O mesmo efeito foi observado em cerca de três quartos das mulheres com mudanças naquele gene.
Dados do Serviço Nacional de Saúde inglês (NHS, na sigla original) revelam que as mulheres com o gene 'defeituoso' BRCA1 têm risco de cancro da mama situado entre os 65 e os 79% ao longo da vida. O risco de cancro do ovário é de 36 a 53% antes dos 80 anos.
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