Menor tempo de espera para cirurgia à catarata previne acidentes
Eis as conclusões de um estudo australiano.
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Lifestyle Visão
Um menor tempo de espera para cirurgia à catarata previne acidentes e as suas comorbilidades. Promove autonomia, independência e maior esperança de vida, na terceira idade. Estas são conclusões de um estudo publicado no jornal médico australiano Medical Journal of Australia.
Os investigadores analisaram o acesso à cirurgia da catarata de idosos australianos com 65 anos ou mais, encaminhados para cirurgia bilateral de catarata relacionada à idade, durante 2013-2016, por um período máximo de 24 meses após ingressão no estudo ou até seis meses após a segunda cirurgia ocular.
"A incidência de queda ajustada por idade e sexo antes da cirurgia foi de 1,17 quedas por ano, 0,81 por ano após a primeira cirurgia ocular e 0,41 por ano após a segunda cirurgia ocular", refere Lisa Keay, docente na Escola de Optometria e Ciência da Visão da Universidade de Nova Gales do Sul, também conhecida como UNSW Sydney, na Austrália.
Num total de 118 participantes, submetidos à segunda cirurgia ocular e que participaram de todas as consultas de acompanhamento, a investigação levada a cabo permitiu concluir que "a incidência ajustada por idade e sexo antes (0,80 quedas por ano) e após a primeira cirurgia ocular (0,81 quedas por ano) foi semelhante, mas foi menor após a segunda cirurgia ocular (0,32 quedas por ano)".
O acesso "atempado e equitativo à cirurgia de catarata é necessário para prevenir lesões e promover o envelhecimento saudável", concluiu ainda o estudo australiano.
Face a estes dados, a Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) apela a que seja assegurado, em Portugal, o acesso atempado, generalizado e integrado no SNS à cirurgia da catarata. "Um menor tempo de espera para a cirurgia à catarata conduz a menor despesa para a pessoa, família e país. Em Portugal não se seguem as recomendações internacionais para a integração dos optometristas nos cuidados para a saúde da visão do Serviço Nacional de Saúde, promovendo o adequado planeamento da força de trabalho de profissionais da saúde da visão, libertando os recursos oftalmológicos para a tão necessária cirurgia à catarata às dezenas de milhares de utentes em lista de espera", refere Raúl de Sousa, presidente da APLO, em comunicado.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a deficiência visual e cegueira evitável e não tratada, como o erro refrativo e a catarata, impacta de forma muito significativa na autonomia, independência e inclusão a nível individual, e na produtividade, desenvolvimento e saúde pública dos países.
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