Todas as vacinas podem ter efeitos secundários e a grande maioria é inofensivo. O mesmo acontece com a que está, atualmente, a ser administrada contra a Monkeypox. Muitas pessoas estão a relatar o aparecimento de uma pequena protuberância, no local da injeção, que segundo a revista Self, pode ser persistente durante dias ou semanas, mas que não é motivo de alarme.
Para esclarecer qualquer dúvida, sobre este efeito secundário, a revista falou com Kaitlyn Rivard, especialista em doenças infecciosas, que começa por afirmar que a vacina, contra este vírus, é no geral administrada de uma forma diferente, recomendada pela Agência Europeia do Medicamento.
É chamado como uso intradérmico da vacina e consiste, basicamente, em colocar a agulha numa camada mais superficial, logo por baixo da camada superior da pele, algo que provoca este efeito secundário.
Então, quando o líquido entra no corpo, cria uma espécie de 'bolha' muito visível, já que está localizada na camada mais superficial da pele. A cor da 'bolha', acrescenta a especialista, não deve ser muito diferente da cor normal da sua pele. Apesar de tudo isto, é algo muito normal, e comum, que não é motivo de alarme.
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Em alguns casos, a protuberância pode provocar sensibilidade, comichão ou vermelhidão no local, dependendo do tom de pele. No entanto, segundo a especialista, é algo que provavelmente desaparece em 24 ou 72 horas. Entretanto é importante que não esfregue ou coloque pressão na área.
Existem alguns casos, mais raros, em que a 'bolha' é mais persistente e só desaparece seis a oito semanas depois. Também é possível que, um percentagem muito pequena de pessoas, fique com despigmentação, um nódulo ou uma cicatriz no local, diz Kaitlyn Rivard.
Só precisa de ir ao médico se o desconforto, causado por este efeito secundário, se agravar significativamente, comece a ter dores ou sinta o local da injeção inflamado. Também deve procurar ajuda se fizer reação alérgica à vacina manifestando-se através de sintomas como dificuldade em respirar ou urticária.
Se não quiser ser surpreendido por este efeito secundário pode, segundo a especialista, perguntar à enfermeira que vai administrar a vacina, como o vai fazer. Assim, já sabe que se for uma injeção intradérmica, pode esperar este sintoma.
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O que fazer se apresentar sintomas de Monkeypox:
A Direção-Geral da Saúde recomenda que quem apresente lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, procure aconselhamento médico e evite o contacto próximo com os outros. É ainda recomendada a higienização das mãos com regularidade.
O vírus Monkeypox foi descoberto, pela primeira vez, em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
O primeiro caso humano de infeção foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.
Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia podem ser usados como prevenção e tratamento.
O tempo de incubação é, geralmente, de sete a 14 dias, e a doença, endémica na África Ocidental e Central, dura, em média, duas a quatro semanas.
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