A rouquidão persistente de Lula da Silva, o presidente eleito do Brasil, não passou despercebida durante a campanha eleitoral que o conduziu de volta ao poder do país que governou em dois mandatos (2003 e 2010). Depois de se submeter a uma série de exames, os resultados revelaram "alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe", informou o gabinete da presidência. Foi então que se descobriu que, na realidade, aquilo de que o governante padece dá pelo nome de leucoplasia na laringe, uma lesão que pode evoluir para cancro.

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Mas, afinal, o que é? "A leucoplasia é uma lesão branca da mucosa da boca, não associada a trauma ou infecções, que é potencialmente maligna", esclarece o Instituto Português da Face (IPF). No portal do IPF pode ler-se que esta condição "afeta 3% da população global". "O risco global de uma leucoplasia se transformar em cancro é de 1-2%. Em determinada situações esta taxa pode atingir níveis de 60 a 80%", diz.

Existem dois tipos. A leucoplasia homogénea caracteriza-se pela presença de "lesões brancas consistentes em cor, textura, consistência em toda a lesão, podem ser finas, macias, translúcidas ou brilhantes, em qualquer região da boca". Já a leucoplasia não-homogénea consiste no aparecimento de "lesões brancas ou brancas e vermelhas, com consistência e textura diferente ao longo da lesão; podem ser verrugosas, mosqueadas, nodulares ou granulares; em qualquer região da boca".

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Para já, a causa da leucoplasia é desconhecida, mas sabe-se que "o tabaco, fumado, mascado ou mastigado, é considerado o principal culpado do seu desenvolvimento", refere o grupo Sanfil Medicina.  Geralmente, provoca mudanças nas gengivas, no interior das bochechas, na parte inferior da boca e, por vezes, na língua. 

Deve consultar um médico dentista se as placas brancas ou feridas na boca não sararem por si próprias num prazo de sete a 10 dias, se notar a presença de nódulos ou placas brancas, vermelhas ou pretas na boca, ou ainda alterações persistentes nos tecidos orais.

Recorde-se que, em 2011, Lula da Silva teve cancro na laringe, o que fez com que tivesse de ser submetido a mais de 30 sessões de quimioterapia.

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