Adele revelou durante o concerto de passagem de ano, em Las Vegas, nos Estados Unidos, que está com dificuldades em andar por motivos de saúde. A cantora de 34 anos, que sofre de dores crónicas na coluna há quase duas décadas, enfrenta uma crise ciática que lhe dificulta os movimentos. "Hoje em dia, tenho de rebolar, porque tenho uma dor ciática muito forte", disse.
Mas, afinal, o que é? Quais os sintomas e como tratar? Também chamada ciática, trata-se de "uma crise aguda de dor ao longo do nervo ciático", explica Victor Gonçalves, coordenador da unidade de neurocirurgia do Hospital Lusíadas Lisboa, citado no portal do grupo Lusíadas. Não é uma doença, mas sim um sintoma de uma condição médica subjacente.
Em causa está uma dor "provocada por uma irritação ou compressão das raízes do nervo ciático ou outro tipo de dano no nervo ciático". Pode "suceder na coluna lombar quando há algum tipo de compressão sobre o nervo, provocada por uma hérnia discal, um tumor ou outro tipo de lesão".
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Posturas incorretas, mantidas e repetitivas, sedentarismo, obesidade, história prévia de dores lombares e esforços excessivos ou pouco regulados são fatores de risco. Quanto a sintomas, "a localização da dor varia consoante as raízes do nervo afetadas, mas é comum irradiar para uma das nádegas, para a parte posterior e externa da coxa, da perna e do pé ou para o primeiro dedo do pé", aponta Victor Gonçalves.
Segundo o médico, "é frequente a dor ciática estar associada à dor lombar" e "também costuma haver perda de sensibilidade, diminuição da força muscular, sensação de formigueiro, aumento das dores nos períodos de pé ou sentado e intensificação da dor ao elevar as pernas, nas áreas referidas".
Ainda assim, lembra que os sintomas variam de pessoa para pessoa e alerta: "Podem piorar durante a noite". "A dor costuma passar ao fim de alguns dias, mas caso o problema persista é muito importante ter um diagnóstico rigoroso, para não se correr o risco de virem a surgir lesões neurológicas irreversíveis", avisa.
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O tratamento da dor ciática inclui repouso, a toma de medicamentos anti-inflamatórios para diminuir a inflamação do nervo e a dor, assim como de relaxantes musculares, por indicação do médico, fisioterapia e algum exercício específico, após efetuado o diagnóstico. Quando a dor é muito intensa, compromete a bexiga e o esfíncter anal e não responde a estas medidas, a cirurgia pode ser indicada.
Mas como o melhor 'remédio' é a prevenção, aposte na prática de exercício físico adequado, sob orientação de técnicos especializados, para ajudar a reforçar os músculos que protegem a coluna vertebral, evite pegar em pesos excessivos, adote uma postura correta e use calçado confortável.
A rede de saúde CUF acrescenta que "o tabaco deve ser evitado já que acelera a degeneração dos discos intervertebrais".
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