Há gostos para tudo, mas há quem leve os fetiches longe demais. Existem pessoas que se excitam sexualmente com assaltos, estátuas, pessoas sem dentes e por tocar ou lamber o nariz alheio. Outras sentem prazer ao cair de escadas ou a ver alguém aflito para urinar. São indivíduos que sofrem de perturbações sexuais designadas por parafilias, muitas delas mantidas em segredo.
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Recentemente, foram conhecidos dois casos na China. O primeiro, relatado num artigo publicado, a 20 de dezembro de 2022, na revista científica Asian Journal of Surgery, diz respeito a um adolescente submetido a uma cirurgia de emergência para retirar um termómetro do órgão sexual. Já este ano, um idoso foi amputado depois de um anel de metal ter ficado preso no interior do pénis.
Ao jornal Metrópoles, o urologista Jessé Lima, do Hospital Santa Marta, no Brasil, alerta para perigos de corpos estranhos na uretra, como inflamação, hemorragia, infeção, lesão e/ou perfuração da uretra, próstata e bexiga, isquemia (o termo médico que designa a presença de um fluxo de sangue e oxigénio inadequado a uma parte específica do organismo) do pénis e disfunção erétil.
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Mas, afinal, o que ultrapassa a fronteira da normalidade? Ao mesmo jornal, o psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia Norte, no Brasil, classifica esta parafilia como "algo bizarro". "Como o individuo não consegue ter uma relação sexual 'normal', procura um objeto para tentar sentir algum tipo de prazer. O comportamento pode acabar por tornar-se repetitivo e em algo compulsivo", avisa.
Quanto à abordagem terapêutica, recomenda psicoterapia, mas afirma que o uso de medicamentos para estabilizar o comportamento pode ser posto em cima da mesa.
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