Covid-19. Variantes afetam outros órgãos do sistema imunitário

Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto concluíram que as variantes do SARS-CoV-2 afetam outros órgãos "fundamentais" do sistema imunitário.

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Lusa
15/02/2023 09:11 ‧ 15/02/2023 por Lusa

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Coronavírus

Em comunicado, o i3S adianta que a investigação, liderada por Margarida Saraiva, avaliou "de forma detalhada" a infeção provocada por três variantes do vírus SARS-CoV-2 em modelos animais: as variantes Alfa, Delta e Ómicron.

O estudo, publicado na revista científica iScience, "reforça" outras investigações ao mostrar que as variantes do SARS-CoV-2 "têm um papel importante na severidade da doença [Covid-19] e que a severidade tem vindo a diminuir com a evolução natural do vírus".

Citada no comunicado, a investigadora Margarida Saraiva esclarece que o pulmão foi, inicialmente, o "órgão alvo" do estudo e que a equipa verificou que "os danos no tecido provocados pelas variantes Alfa e Delta são substanciais e acompanhados por uma resposta imune mais agressiva".

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"No entanto, com a variante Ómicron existe um alívio da resposta imunitária pulmonar", observa a investigadora.

A par do pulmão, os investigadores decidiram estudar outros órgãos, tendo percebido que, nas infeções mais severas, causadas pela variante Alfa, o "timo é muito afetado, sofrendo uma atrofia".

"Isto significa que a sua função, ligada às células do sistema imune chamadas linfócitos T, que combatem as infeções, poderá ficar condicionada na fase pós-Covid-19", nota.

Além do pulmão e do timo, a equipa analisou também a medula óssea e concluiu que nos casos das infeções com as variantes Alfa e Delta "há um produção excessiva de células mieloides" (células com potencial patológico).

"A medula óssea é tão mais afetada quanto maior for a severidade da infeção, provavelmente amplificando essa severidade", refere.

Margarida Saraiva destaca que o impacto da infeção "ultrapassa o pulmão" e que tal "deve ser tido em conta ao definir terapias para responder a infeções graves causadas pelo SARS-CoV-2" por forma a "tentar acelerar a recuperação do paciente".

A investigação, que contou com a colaboração de outros grupos de investigação do i3S e da Immunethep, foi financiada pela British Society for Antimicrobial Chemotherapy (BSAC).

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