Criado antioxidante que pode ajudar a combater doenças neurodegenerativas

É uma descoberta dos investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

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Lusa
04/04/2023 11:23 ‧ 04/04/2023 por Lusa

Lifestyle

Doenças neurodegenerativas

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) desenvolveram um antioxidante com potencial de se tornar num fármaco para combater doenças neurodegenerativas, foi hoje anunciado.

No estudo, publicado na revista científica Journal of Medicinal Chemistry, os investigadores descrevem o desenvolvimento de um antioxidante "candidato a fármaco" para as doenças neurodegenerativas.

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Citada no comunicado da FCUP, a investigadora Fernanda Borges esclarece que para combater as alterações provocadas pelo stress ao nível da mitocôndria, um oxidante "tem de ter, na sua construção, um conjunto de peças perfeito para poder atravessar a membrana celular e mitocondrial e assim chegar a este componente das células, essencial à vida".

À semelhança de um jogo de Lego, os investigadores testaram várias peças e conseguiram identificar "uma peça ideal que permite, após modulação química, a obtenção de antioxidantes inovadores direcionados para a mitocôndria, com baixa toxicidade e com efeito neuroprotetor".

No início desta construção encontra-se a estrutura de um antioxidante natural: o ácido cafeico, que está presente no café, na fruta e nos vegetais.

No entanto, este tipo de antioxidantes "não consegue chegar à mitocôndria, e também não possui propriedades físico-químicas que garantam uma biodisponibilidade adequada", podendo ser "facilmente excretados", esclarece a investigadora do Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto (CIQUP).

Nesse sentido, a equipa testou diferentes peças para levar o ácido cafeico para a mitocôndria e que, simultaneamente, substituíssem o catião trifenilfosfónio que, apesar de ser o "mais usado para garantir a entrada de um composto" na mitocôndria, pode tornar-se "tóxico para as células".

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"Tínhamos de garantir que as peças introduzidas não apresentavam toxicidade. Para isso usámos neste estudo duas linhas celulares: uma neuronal e uma hepática - porque também teríamos de avaliar se os antioxidantes provocavam danos ao nível do fígado, que é o nosso principal sensor de toxicidade", sustenta Fernanda Borges.

Depois de várias tentativas, a peça que apresentou os "melhores resultados" foi o catião derivado de isoquinolina.

"Conseguimos obter um antioxidante que entra na mitocôndria, mas que não causa danos tóxicos", acrescentam os investigadores, notando que este antioxidante revelou um "efeito neuroprotetor nas células".

No âmbito do Programa Pessoa, da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), os investigadores vão agora, em parceria com a Universidade de Montpellier (França), testar a eficácia destes antioxidantes em modelos 'in vivo'.

O estudo, que resulta de uma investigação com mais de 10 anos centrada no desenvolvimento de novos antioxidantes, contou com a colaboração de investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e da Universidade de Santiago de Compostela, em Espanha.

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