Duas equipas de investigadores sugerem que o autismo pode ser diagnosticado, com anos de antecedência, através do rastreio dos movimentos oculares das crianças. Tratam-se de estudos disponibilizados recentemente, onde estiveram envolvidos, no total, mais de 1500 miúdos.
Mais especificamente, os estudos concluíram que a reprodução de vídeos de interações sociais e a medição da posição dos olhos das crianças, ajudaram a detetar a doença em indivíduos com apenas um ano.
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Os investigadores - citados no DailyMail - acreditam que a forma como as crianças focam os olhos enquanto observam a conversa indica as suas capacidades sociais e verbais.
Então, um dos estudos, feito nos Estados Unidos, analisou mais de mil crianças com idades compreendidas entre um e dois anos e meio com sintomas semelhantes aos de autismo ou, em alguns casos, fatores genéticos de risco para a doença.
Cada um assistiu a 14 vídeos, com um minuto de duração, onde foram retratadas várias interações sociais entre crianças. Câmaras especializadas acompanharam os globos oculares das crianças, a um ritmo de 120 vezes a cada segundo, com o objetivo de captar micromovimentos enquanto viam os vídeos.
Dados que foram, mais tarde, transferidos para um programa de computador treinado para detetar o autismo. Comparando com um diagnóstico de autismo tradicional, este método de rastreio conseguiu uma taxa de precisão de 86%.
Já no segundo estudo, foi avaliado o desempenho da medição do rastreio ocular e, assim, investigadores concluíram que a precisão no diagnóstico da doença era de 78%.
Warren Jones, autor de um dos estudos, explica que "os resultados mostram que a forma como as crianças pequenas olham para a informação social pode servir como um biomarcador eficaz e objetivo para os primeiros sinais de autismo".
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