Um novo estudo científico português, desenvolvido por investigadores da Egas Moniz School of Health & Science e do Hospital Garcia de Orta, concluiu que o investimento na nutrição e o suporte familiar podem aumentar a esperança média de vida de pessoas com demência grave. Os dados do estudo 'Nutrition and Outcome of 100 Endoscopic Gastrostomy-Fed Citizens with Severe Dementia', foram publicados pela revista Nutrients.
Esta equipa, liderada pelo professor Jorge Fonseca e pelo mestre Diogo Sousa-Catita, estudou 100 doentes consecutivos com critérios de demência grave, que integraram um programa de suporte nutricional especializado através de gastrostomia endoscópica. A condição para um doente integrar este programa era manter uma relação afetiva rica e estável com familiares e cuidadores. No início, este grupo de doentes apresentava baixo peso e parâmetros nutricionais fracos, mas muitos recuperaram o peso e a sobrevivência média do grupo foi de 28 meses, quase dois anos e meio - muito acima dos dois ou três meses divulgados em estudos prévios.
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Jorge Fonseca, professor na Egas Moniz School of Health & Science, indica em comunicado que "vários doentes foram acompanhados durante quatro a cinco anos neste processo, o que revela a importância deste suporte familiar e de cuidadores e que é possível aumentar a esperança média de vida destes doentes". "Geralmente, a visão clínica tradicional considera que as pessoas com demência grave ou avançada têm uma esperança de sobrevivência muito reduzida, contudo esta investigação mostra que é possível contrariar essa tendência e melhorar estes prognósticos."
O estudo tem como objetivo alertar a comunidade científica de que é possível contribuir para uma melhor qualidade de vida destes doentes e que o recurso a tratamentos alternativos pode ter um impacto significativo na vida dos mesmos.
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Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças, como o Alzheimer - segundo a rede de saúde CUF, representa cerca de dois terços de todos os casos - que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço.
A Organização Mundial da Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo e prevê que este número possa chegar aos 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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