Degenerescência macular da idade. Como pode afetar a visão
Miguel Amaro, oftalmologista CUF - coordenador da Unidade da Retina no Hospital CUF Tejo e coordenador de oftalmologia no Hospital CUF Torres Vedras, explica tudo sobre esta doença ocular comum, neste artigo assinado por si.
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Se imaginarmos o olho como uma câmara, dentro do olho, na sua região posterior, há uma parte chamada retina, que é como o filme ou o sensor da câmara. A retina captura imagens enviando-as para o cérebro, permitindo que tenhamos visão.
No centro da nossa retina, há uma pequena região chamada mácula. Pensemos na mácula como a parte mais importante da câmara, porque nos ajuda a ver com clareza os detalhes, como ler um livro ou reconhecer rostos.
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A degenerescência macular da idade (DMI) ocorre quando a mácula fica danificada ou começa a deteriorar-se ao longo do tempo, principalmente à medida que vamos envelhecendo. Quando isso acontece, a visão central, que é a que usamos para observar diretamente o que temos à nossa frente, pode ficar embaciada ou distorcida. É como ter uma mancha ou um ponto escuro no meio da nossa visão.
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Existem dois tipos principais de DMI. A DMI seca, é o tipo mais comum. Acontece quando as células da mácula se deterioram gradualmente, causando uma perda gradual da visão central. É como se o rolo/sensor da câmara fosse envelhecendo progressivamente, ficando desgastado com perda progressiva da sua capacidade. O outro tipo chama-se DMI Exsudativa. É menos comum, mas mais grave. Ocorre quando vasos sanguíneos anormais começam a crescer sob a mácula. Esses vasos podem exsudar sangue, outros fluídos e nutrientes anormais para aquela região, danificando a mácula e causando uma perda rápida da visão central. A imagem fica distorcida e escura repentinamente. É como ter um problema repentino e grave com a rolo/sensor da câmara.
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Quais os sinais de alerta?
O ponto-chave a lembrar sobre a DMI é que ela afeta principalmente a visão central, enquanto a visão periférica (lateral) geralmente permanece intacta. Isso significa que podemos ter dificuldade em ler, reconhecer rostos ou realizar tarefas detalhadas, mas ainda conseguimos ver em redor da mancha central.
A DMI é mais comum em idosos, não sendo no entanto fruto do normal envelhecimento. Alguns fatores no nosso estilo de vida, como fumar, uma dieta inadequada e a genética, podem aumentar o risco.
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Quando consultar o médico oftalmologista?
Quando notar qualquer alteração da sua visão, especialmente no centro, é crucial consultar um oftalmologista, preferencialmente um Centro de Retina. O diagnóstico precoce da DMI é essencial, pois há tratamento para a DMI exsudativa, se detectada numa fase inicial. Algumas mudanças no estilo de vida podem impactar na evolução da forma seca.
Como é feito o tratamento?
O DMI pode variar dependendo do tipo da doença (seca ou exsudativa) e da gravidade. O tratamento da DMI seca, pode ser feito o recurso a suplementação de vitaminas e minerais: Um suplemento vitamínico específico chamado AREDS2 pode ser recomendado. Este suplemento contém vitaminas e minerais, como vitamina C, vitamina E, zinco, cobre e luteína, que podem ajudar a retardar a progressão da doença em alguns casos. Para além disso, manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta rica em vegetais de folhas verdes, peixes ricos em ômega-3, não fumar e controlar a pressão arterial, pode ajudar a diminuir o risco de progressão da DMI seca.
Para a forma exsudativa da DMI, que envolve o crescimento de vasos sanguíneos anormais sob a mácula, são usadas injecções intravítreas com medicamentos antiangiogénicos. Estas injecções ajudam a reduzir o crescimento dos vasos sanguíneos e a diminuir a exsudação de fluido, estabilizando ou melhorando a visão em muitos casos.
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