Nanoplásticos podem afetar células intestinais e cerebrais
Conheça os resultados de um estudo hoje divulgado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
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Lifestyle Saúde
Os nanoplásticos, um dos principais poluentes do ambiente, especialmente da água, podem afetar células intestinais e cerebrais e desencadear respostas inflamatórias no corpo humano, segundo um estudo hoje divulgado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
O trabalho dirigido por Joana Antunes, aluna de doutoramento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT) e investigadora do MARE, foi realizado no âmbito do projeto Nanoplastox, coordenado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL).
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As minúsculas partículas de plástico, que "podem ter dimensões 70 vezes inferiores ao diâmetro de um cabelo" e que "conseguem atravessar as membranas celulares do corpo, tornando-se mais fácil a sua ingestão e absorção", representam um potencial risco para a saúde, refere um comunicado divulgado pelo MARE.
Joana Antunes expôs vários tipos de células a nanoplásticos, nomeadamente células do cólon humano e células de microglia de ratinho, que são células do sistema nervoso central com função imunológica, para entender as suas respostas inflamatórias, uma função vital para a defesa do organismo.
O estudo mostrou que "os nanoplásticos têm a capacidade de interferir com recetores existentes nas membranas das células intestinais e, consequentemente, ativar processos inflamatórios que podem, eventualmente, alterar a permeabilidade da barreira intestinal". No caso das células cerebrais, a resposta inflamatória foi menos acentuada.
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Apesar de referirem que "as consequências das respostas observadas neste estudo ainda não são claras", os cientistas assinalam que "a inflamação descontrolada ou crónica está associada a patologias mais graves como alergias, doenças autoimunes e aumento do risco de desenvolvimento de doenças cancerígenas".
Numa nova fase de investigação "serão analisadas misturas destes nanoplásticos com outros contaminantes que já existem no ambiente, como por exemplo o benzopireno, um hidrocarboneto (do petróleo) presente no fumo do tabaco".
O estudo foi publicado na revista científica Environmental Toxicology and Pharmacology.
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