Voltaria para os braços de um 'ex' onde já foi feliz? E é acertado?

Para a psicóloga e sexóloga Catarina Lucas, diretora do Centro Catarina Lucas, o sucesso destes reencontros amorosos depende sempre dos "reais motivos" que cada um tem.

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Ana Rita Rebelo
14/02/2024 08:40 ‧ 14/02/2024 por Ana Rita Rebelo

Lifestyle

Entrevista

É oficial. Assinala-se esta quarta-feira o Dia dos Namorados, a data mais romântica do ano. Ou não... Para uns é apenas um lembrete doloroso da solidão de todos os dias. Não há declarações de amor, nem flores ou chocolates que preencham a carência e, não vamos mentir, a pressão social pode ser enorme. Os sentimentos vão do vazio à frustação. Tudo vai dar àquela pessoa com quem partilhámos tantos momentos e, sem mais nem menos, já enviámos uma mensagem ao 'ex'. É aqui que chegamos à parte interessante. Será que essa relação merece uma segunda oportunidade?

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a psicóloga e sexóloga Catarina Lucas, diretora do Centro Catarina Lucas, considera que "não há uma resposta certa". Porém, há pelo menos uma coisa que não há como negar: "É normal que se olhe para trás, para uma relação do passado, como referência". "Na maioria das situações as pessoas tentam uma reconciliação ou uma segunda oportunidade, sobretudo em relações longas ou com filhos. É natural que não se queira abdicar do que se construiu, de anos de um projeto conjunto e de um futuro idealizado", explica.

Para Catarina Lucas, o passo seguinte é avaliar os "reais motivos" de um possível reatar da relação e "se é por amor ou apenas por habituação e dependência". Só depois de pesar tudo na balança devemos partir, ou não, para a reconquista de um amor antigo.

Notícias ao Minuto Catarina Lucas© Instituto Piaget de Almada

Estar solteiro no Dia dos Namorados pode ser um gatilho para quem se sente só?

Sim. Pode despertar sentimentos mais negativos e lembrar-nos que ainda não encontramos a 'tal pessoa' com quem gostaríamos de estabelecer uma relação. É inevitável. Num dia em que muito se fala de amor, em que somos invadidos por marketing e vemos casais em todo o lado, o sentimento de tristeza por não estarmos nessa situação pode de facto invadir-nos.

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Há formas de contornar esses sentimentos, no sentido de tentar viver o dia com a leveza possível?

Acima de tudo, é importante fazer um processo de aceitação. Aceitar que é um dia que gostaríamos que também nos remetesse para o amor e para uma relação, mas que, estando sozinhos, pode ser vivido de forma mais triste, o que é normal. Se desejaríamos estar numa relação e não estamos, num dia em que se celebra o amor é normal que estejamos em baixo. Aceitar isso é essencial, compreendendo que é apenas uma data menos boa e que amanhã tudo retomará a normalidade. Manter as rotinas e ocupar o tempo é importante. Se há alguém ao seu lado a sofrer por uma questão de amor, deve ser compreensivo e fazer os possíveis para ajudar a minimizar o sofrimento do outro.

Ter momentos de solidão pode ser saudável?

Ter momentos em que estamos sozinhos não é o mesmo que sentir solidão, e sim, essas fases são importantes. Estarmos conosco próprios é essencial para nos conhecermos, compreendermos e aceitarmos. Também é normal termos momentos em que estamos mais tristes e queremos estar sós. Não é alarmante, desde que não se perpetue no tempo.

É preciso entender os motivos pelos quais a relação terminou. Se ainda se mantêm, então talvez não faça sentido

Como é que podemos gerir esses momentos de introspeção para, lá está, não darmos por nós num poço sem fundo?

Esse tempo deve ser usado para refletirmos, para fazermos coisas que gostamos ou que precisamos de fazer e nem sempre conseguimos, para nos dedicarmos a um hobbie ou simplesmente não fazer nada. O mais importante não é aquilo que fazemos, mas o que sentimos enquanto estamos sós.

A solidão em datas como a de hoje também pode vir acompanhada de alguma pressão social. Muitas pessoas acabam até por ponderar voltar para um amor antigo. A pergunta que se impõe é: voltar para um 'ex', sim ou não?

Voltar a um amor antigo pode ou não fazer sentido. Não há uma resposta certa para isto. É preciso entender os motivos pelos quais a relação terminou. Se ainda se mantêm, então talvez não faça sentido. Contudo, sabemos que para quase todas as relações pode haver uma segunda oportunidade, desde que o amor persista.

Há uma tendência para regressamos a relações amorosas do passado?

Em muitos casos porque ainda há sentimento, noutros tantos porque é a experiência mais próxima que tiveram. É normal olharmos para trás e para uma relação do passado, como referência. Elaborar uma relação no abstrato é mais difícil, mas, isto não significa que queira verdadeiramente voltar às relações do passado. Na maioria das situações, as pessoas tentam uma reconciliação ou uma segunda oportunidade em relações longas ou com filhos. É normal que não se queira abdicar do que se construir, de anos de um projeto conjunto e de um futuro idealizado. É preciso é ter em conta os reais motivos para se tentar reatar, se é por amor ou apenas por habituação e dependência.

No seu entender, de que depende o sucesso deste reatar?

Depende em muito da existência de amor e da correção de situações e erros que no passado levaram ao término.

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